segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

(2013/1421) Autores de que não gosto


Não, não gosto dos autores que cavam até meio metro e tentam, aí, as respostas e as soluções de superfície. Definitivamente, gosto dos autores que cavam mais fundo, até aquela região onde há pouquíssimas raízes de árvores. Os que fazem sucesso são, todavia, os primeiros - e eles se reproduzem como moscas, eles e suas citações intermináveis, nas literatura do dia a dia...


(...)

Há autores que escrevem de snorkel. Outros, de escafandro.
Os não-materialistas têm o traseiro a flutuar no espelho d'água.



(...)

É-se capaz de escrever, escrever, escrever, e não dizer nada. 1. Conceitos vazios, flutuando no ar, conceitos remontando a conceitos, num círculo viciosos eterno - nunca há chão na fala do sujeito. 2. Palavras e vocábulos extraídos do cancioneiro literário da moda - se você interromper a fala do sujeito e pedir explicação, não vai conseguir. 3. Encantamento - o sujeito está encantado: não está curioso.

Puro espetáculo de termos e sons.








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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