Se é verdadeira a história de que o futuro Buda sai de sua casa-palácio e, deparando-se com um doente, um velho, um morto, acaba por intuir a nulidade da existência, pergunto-me por que, em lugar disso, em lugar da solução conservante, conservadora, os pobres, sempre os tereis convosco, não se optou por uma solução revolucionária, transformadora... No fundo, parece-se, e, curioso, é de mais ou menos o mesmo período, a solução de Eclesiastes - a vida é um enfado, vamos morrer e acabou, que cada um, pois, cuide da própria vida...
Acho que essas soluções atendem muito mais a perspectivas estéticas da vida do que ao pathos de compaixão - o conservador substitui a compaixão pela indiferença filosófica...
O quê?, pego a dizer que o celebrado Eclesiastes era, afinal, conservador?
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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