1. Vejam porque levo cada vez menos a sério homens religiosos. Antes, deixem-me dizer quem são, nesse contexto, homens religiosos: homens - e mulheres! - que falam, emprestam à língua, à doutrina e ao dogma. São escravos da doutrina e do dogma. Tudo que fazem, pensam, dizem, fazem, pensam e dizem na forma da doutrina. Até "Deus" está vestido em cuecas doutrinais...
2. Pois bem.
3. Na tradição da Torá, quando Yahweh quer que se construa a Tenda, diz-se que o Espírito infunde sabedoria nos harashim (trabalhadores de metais, por exemplo), para que eles confeccionem todas as peças de ourivesaria, de cobre, de prata, para que a casa de Yahweh fique como o Vaticano - tudo muito dourado e rico.
4. O que interessa é: a ourivesaria, o trabalho com metais, é de inspiração divina...
5. O tempo passa. Os judeus tornam-se anicônicos, rejeitam imagens. Ora, quem as fabricam são os harashim, aqueles mesmos.
6. Na Torá, sua expertise é divina...
7. Aí, os judeus escrevem Enoque. Judas, livro do NT, tem-no por sagrado: menciona-o (v. 6) e o cita textualmente (v. 14-15). Lá, os harashim são dados por gente ensinada pelo diabo...
8. Como assim? Não eram divinos? Não fora Yahweh a lhes instruir? Como, agora, fora o diabo?
9. Porque se quer destruir a sua reputação, muda-se a explicação. Antes, era divinos, agora, diabólicos...
10. Não, não quero muita conversa com homens religiosos... Montam o mundo e a sua língua de acordo com suas conveniências.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário