sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

(2012/901) E o que era dom de Deus, agora é do diabo...

1. Vejam porque levo cada vez menos a sério homens religiosos. Antes, deixem-me dizer quem são, nesse contexto, homens religiosos: homens - e mulheres! - que falam, emprestam à língua, à doutrina e ao dogma. São escravos da doutrina e do dogma. Tudo que fazem, pensam, dizem, fazem, pensam e dizem na forma da doutrina. Até "Deus" está vestido em cuecas doutrinais...

2. Pois bem.

3. Na tradição da Torá, quando Yahweh quer que se construa a Tenda, diz-se que o Espírito infunde sabedoria nos harashim (trabalhadores de metais, por exemplo), para que eles confeccionem todas as peças de ourivesaria, de cobre, de prata, para que a casa de Yahweh fique como o Vaticano - tudo muito dourado e rico.

4. O que interessa é: a ourivesaria, o trabalho com metais, é de inspiração divina...

5. O tempo passa. Os judeus tornam-se anicônicos, rejeitam imagens. Ora, quem as fabricam são os harashim, aqueles mesmos. 

6. Na Torá, sua expertise é divina...

7. Aí, os judeus escrevem Enoque. Judas, livro do NT, tem-no por sagrado: menciona-o (v. 6) e o cita textualmente (v. 14-15). Lá, os harashim são dados por gente ensinada pelo diabo...

8. Como assim? Não eram divinos? Não fora Yahweh a lhes instruir? Como, agora, fora o diabo?

9. Porque se quer destruir a sua reputação, muda-se a explicação. Antes, era divinos, agora, diabólicos...

10. Não, não quero muita conversa com homens religiosos... Montam o mundo e a sua língua de acordo com suas conveniências.






OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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