domingo, 9 de dezembro de 2012

(2012/855) Um dado e algumas considerações sobre a observação da realidade


Tese 1 (está na moda):

_ Vejo um seis.

_ Vejo um quatro...

_ Aprenderam, senhores?, a realidade é diferente, dependendo de onde você olhe...



(...)

Mas há outras teses. E eu as prefiro, pelo fato de corresponderem aos fatos:


_ Vejo um seis.

_ Vejo um quatro.

_ Naturalmente, mas, se você vier para esse lugar aqui, quer ver, venha aqui, veja, não vê um seis agora?

_ Sim, agora eu vejo um seis.

_ Vamos agora lá para onde você estava e veremos, os dois, o seus quatro...

(...)




_ Vejo um seis...

_ Vejo um um.

_ O quê? Espere... Vou até aí... Que um o quê? É um seis - saiu foi a tinta e você não viu direito.


(...)




_ Vejo um seis.

_ Vejo um quatro.

_ Naturalmente, agora, feche os olhos e imagine esse dado, com seus lados, que você conhece... Você jamais conseguirá ver todos os lados ao mesmo tempo, mas eles estão lá... Assim, não é que cada um vê de um jeito, cada qual vê um pedaço: é necessário unir todos os pedaços - se foram bem observados, porque, às vezes, o sujeito não vê que saiu a tinta! - e visualizar, idealmente, a coisa real e concreta que está lá...






OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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