quarta-feira, 21 de novembro de 2012

(2012/778) Fragmentos facebookianos


I.

1. Tudo bem, entremos no jogo sacerdotal: a menstruação tornava imunda a mulher, de sorte que, aí está, não seja ela empregada no serviço religioso...

2. Entendi.

3. Alguém, todavia, me explique: a mesma "Lei" - Lv 15 - põe, lado a lado, menstruação, polução noturna (ejaculação involuntária) e coito. Se a menstruação torna a mulher imunda, de sorte que ela não possa estar a serviço da "mesa", porque a ejaculação e o coito não tornam o homem igualmente imundo?

4. Mais, ainda: Dt 23,13-14 diz que os judeus homens devem ter uma pazinha, devem cavar um buraco fora do acampamento e fazer ali as suas necessidades. Não devem espalhar suas fezes pelo acampamento, porque Yahweh visita o lugar e não é agradável que fique pisando naquele monte de bosta.

5. O escritor do texto, então, diz assim: "o teu acampamento será santo, para que ele não veja em ti coisa indecente e se aparte de ti". "Santo". Defecar no lugar, torna a coisa não-santa, logo, imunda, e tão imunda que o Senhor se apartaria dali...

6. Pois bem: defecar não deveria tornar o homem tão imundo quanto a mulher menstruada?

7. Não seja tolo. Não estou raciocinando com seriedade: estou sendo sarcástico. Não foi assim que a coisa inteira foi pensada. Os sacerdotes apenas precisavam de uma desculpa - mesmo que esfarrapada, mas "boa" - para proibir o serviço das profetizas e das sacerdotisas. E "usaram" - genialmente, diga-se de passagem - a menstruação...

8. Não foi exatamente uma briga de homens versus mulheres - essa briga já havia sido ganha muito tempo antes, pelos homens. Essa aí foi uma briga de líderes religiosos homens versus líderes religiosas mulheres, que, então, tiveram cassado seu "mandato" popular.

9. Funcionou.


II.

10. Leia não, para não estragar seu dia...

(...)

11. Se fosse eu, estavam me "crucificando", tratando-me como ruim de trabalho, ruim de cabeça, mau engenheiro, despreparado, essas coisas que se diz de quem não fez ou, o que é pior, não faz direito seu trabalho.

12. Todavia, em se tratando de quem se diz que fez, quem o ousa tratar assim? Pelo contrário, ainda se põe a culpa no pobre do artefato fabricado..

13. Fez a primeira vez, deu tudo errado. Fez a segunda vez, deu na mesma porcaria e tanto que o artesão mata o próprio filho, para ver se dá jeito na má-obra - e o pior é que, pelo jeito, não deu. Mas diz que vai dar...

14. Como eu disse, se fosse eu, tava desempregado... E preso, eventualmente.

15. Dois pesos e duas medidas?

16. Ou nossa teologia herdada é que não foi lá muito bem concebida?





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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