1. Tu deves ter um passado que te imprime agonia na voz e nos olhos, uma depressão potencial e angústia constante, de tal sorte que qualquer letra que escreves é choro e pranto.
2. Tu deves ter um timbre agudo e controlado, absolutamente afinado, porque qualquer desafinação da voz tiraria o tom triste dos tímpanos encantados e a beleza da dor se tornaria escárnio - outra vez...
3. Agora, tu cantas aquela tristeza toda da tua alma, aquelas memórias amplificadas pela caixa acústica da lembrança, revives tudo, experimentas cada sensação de puro blues.
4. Aí, tu és Adele.
5. Rir-te-ás, distante disso, nas entrevistas. Mas, será subires ao palco e chorares, novamente, tua dor e memória...
6. Porque isso é Adele - dor, memória e gênio.
7. A mim faltaram-me os agudos e o gênio. Do que deu a Adele, deu-me Deus apenas as memórias tristes. E isso é suficiente para compreender-te, Adele...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2 comentários:
Puxa, Osvaldo...
Final de semana passado estive na cidade do Rio, sua cidade.
Enquanto aguardava o ônibus na Rodoviária, entrei em uma livraria e deparei-me com uma (não sei se auto)biografia da Adele. Pensei em presentear-te. A dúvida assaltou-me: "Será que ele já tem?". Ganhou a dúvida.
Perdi eu.
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