quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

(2012/081) Um duríssimo dia de trabalho



1. Não há termo de comparação possível - saltei de magistério em graduação (com histórico de curso livre e, logo, ainda em fase de amadurecimento) para magistério em mestrado: é outro nível...

2. Um duríssimo dia de trabalho, muito exaustivo intelectualmente. Pela manhã, análise conjunta com 37 alunos de uma série de sumários provisórios de dissertação de mestrado, um a um. Empolguei-me, eu acho. Alguns demandaram tempo demais para uma análise mínima - acho que esses alunos acabaram beneficiados... Ficou uma leva de 2/3 para amanhã, outra manhã que promete.

3. De tarde, após o almoço, uma fila interminável, aquilo não acabava mais, de alunos solicitando entrevista individual para análise de pré-projeto e sumário provisório da dissertação. Nesse caso, conversa mais detalhada, umas cinco horas seguidas com vários alunos e alunas, um a um. O último, despedimo-nos, o relógio caminhava para as 19 horas.

4. Cheguei a ficar com um princípio de rouquidão. Cansaço, nem se fala. Mas, ao ver a sala de espera vazia, uma sensação de dever cumprido. Acho que fiz mais do que mera obrigação: tentei, seriamente, entrar no projeto de cada aluno - era importante ver onde queriam chegar para, então, providenciar eventual ajuda dessa inexperiente mente nas artes do magistério CAPES, quer dizer, eu.

5. Uso a metodologia que, depois de aplicar alguns anos na graduação, encontrei em Umberto Eco, Como se faz uma tese. Para o erudito italiano, o sumário é a alma, a espinha dorsal da tese - no nosso caso, da dissertação. Por isso, concentro-me no problema e no sumário, desde aí avançando para o quadro teórico-metodológico, dor de dente de 99 em 100 pesquisadores de primeira viagem, e de segunda, quantas vezes.

6. Foi só um esboço, um exercício inicial. Os orientadores (e, quantos aos meus orientandos, nesse caso, eu) deverão aprofundar ainda mais as coisas, aperfeiçoando tudo, refazendo tudo, conforme o caso. Não dá pra brincar - ainda que tudo deva ser muito divertido, sob risco de enfartarmo-nos ou enfadarmo-nos...

5. É novo para eles a coisa toda. Mas é-o para mim também. Sim, eles pagam para isso. Eu, recebo. Uma ligeira diferença. E, confesso, agrada-me estar do lado de cá...



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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