1. Ah, gostamos de ouvir teólogos inteligentes, teólogos de renome, críticos, de preferência, falando de Deus. Não, os carolas de plantão, os confessionais irremediáveis, os tradicionalistas, os fundamentalistas, não - eles são justamente isso: fundamentalistas... Mas os teólogos críticos, ah, quando eles falam de Deus, não ficamos carregados de mais certeza?
2. Não vamos ligar a TV para assistir aos Malafaias, Macedos e Valdemiros papagaiarem uma retórica teológico-financeira - coisa desprezível para a intelectualidade crítica teológica! Mas ler ou ouvir Boff, Moltamnn, quem sabe, Küng, Lévinas, Bubber, ah, isso é outra coisa, coisa inteligente, crítica, bem fundamentada...
3. Cá entre nós? No fundo, no fundo, bem no fundo, qual a diferença? Qual a diferença entre um discurso-sobre-deus que caiba na minha cabeça e ética e um discurso-sobre-deus que me dê ânsias de vômito? Uma questão fisiológica - baixa resistência ao descaramento rasgado. Mas bem entendido: a diferença está em mim!
4. Pode haver diferença estética - mas a estética, quem lhe dá o tom? -, ética, retórica: mas, quanto ao seu conteúdo, quantos Boffs serão necessários para aumentar a probabilidade de haver Deus?
5. Não, senhores, depois de Pascal e da moderna aposta - a rigor, uma retórica desesperada - só voltando para debaixo das saias barrocas, ou encarando a indecidibilidade de frente... E também porque Deus não está mais entre os inteligentes do que entre os ignorantes...
6. É, os bobões assistem aos Malafaias da vida. Os inteligentes lêem os Moltmanns...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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