1. Há coisas que são certas - você as faz não porque essa seja a "vontade" de A ou B, seja quem for A, seja qem for B: você faz simplesmente porque essa é a coisa certa a ser feita. Nesse sentido, eu posso tolerar - mais do que tolerar - posso animar-me a fazer coisas que, em tese, seriam de "outra natureza". O que eu não posso fazer, o que eu não consigo fazer é, em eventualmente engajando-me em ações "de outra natureza", adotar discursos viciados, retóricas artificiais, atitudes e comportamentos marcados. A hipocrisia, e a hipocrisia de massa, me causa problemas de pele...
2. Eu posso engajar-me seriamente, comprometidamente, com projetos de formação pastoral. Posso. Posso fazê-lo - e sei fazê-lo. Não é nada de tão absurdamente difícil, assim. O fracasso dos projetos que conheço devem-se ao fracasso da visão pastoral que está por trás de tais projetos. A "pastoal" tornou-se a castração das massas, a alienação visceral da crítica, o encantamento das espiritualidades artificiais e produzidas em laboratório, as técnicas de manipulação de consciência, a voz cavernosa e empostada, a pregação megaolomaníaca e neo-obscura... Vade retro! Isso não é, sob nenhum circunstância, "pastoral". Para isso não trabalho meio expediente...
3. Assim, considero-me bastante flexível. Considero-me- bastante sóbrio, lúcido, até. Mas não posso trocar meia dúzia de palavras com a artificialidade programática da espiritualidade comesinha que toma conta dos arraiais cristãos, e quer, de qualquer jeito, tomar até as instituições de ensino. Aí não dá. A pastoral contemporânea, de circo e pão, de catedrais e animadas festas celestes, sacerdotais, de altar e shofar, Deus me livre dela! e, se depender de mim, com ela farei como se faz a ratos que tentam entrar na casa da gente: xô!, porcariazinha com pernas, xô!
4. O povo pobre e sofrido precisa é de educadores que os ajudem a curar-se. Não precisa de xamãs de quinta categoria, a tornar ainda mais trágico-cômica a sua vida já por demais desgraçada. Há que haver um mínimo de respeito!
OSVALDO LUIZ RIEIRO
2. Eu posso engajar-me seriamente, comprometidamente, com projetos de formação pastoral. Posso. Posso fazê-lo - e sei fazê-lo. Não é nada de tão absurdamente difícil, assim. O fracasso dos projetos que conheço devem-se ao fracasso da visão pastoral que está por trás de tais projetos. A "pastoal" tornou-se a castração das massas, a alienação visceral da crítica, o encantamento das espiritualidades artificiais e produzidas em laboratório, as técnicas de manipulação de consciência, a voz cavernosa e empostada, a pregação megaolomaníaca e neo-obscura... Vade retro! Isso não é, sob nenhum circunstância, "pastoral". Para isso não trabalho meio expediente...
3. Assim, considero-me bastante flexível. Considero-me- bastante sóbrio, lúcido, até. Mas não posso trocar meia dúzia de palavras com a artificialidade programática da espiritualidade comesinha que toma conta dos arraiais cristãos, e quer, de qualquer jeito, tomar até as instituições de ensino. Aí não dá. A pastoral contemporânea, de circo e pão, de catedrais e animadas festas celestes, sacerdotais, de altar e shofar, Deus me livre dela! e, se depender de mim, com ela farei como se faz a ratos que tentam entrar na casa da gente: xô!, porcariazinha com pernas, xô!
4. O povo pobre e sofrido precisa é de educadores que os ajudem a curar-se. Não precisa de xamãs de quinta categoria, a tornar ainda mais trágico-cômica a sua vida já por demais desgraçada. Há que haver um mínimo de respeito!
OSVALDO LUIZ RIEIRO
Um comentário:
O problema é que o povo não faz "xô", ele corre feliz atrás desses ratinhos, achando que eles são a solução aos seus problemas... e claro, os ratinhos os incentivam, pois, certamente, precisam se sustentar... nas massas.
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