1. Quando se inventaram as palavras escritas, havia quem as considerasse vivas, como espíritos, como o escravo daquela história de levar frutos até a fazenda vizinha, comer alguns no caminho, e o dono da fazenda saber, dizendo que estava tudo ali, no papel, e o escravo atônito, a concluir que o espírito que estava no papel denunciara a sua infração... Quando se escrevia em tabuinhas de barro, passar ao pergaminho não deve ter sido tão difícil. Os códices, de que trata o vídeo abaixo, não devem ter gerado toda essa situação divertida, que você verá. Mas a mudança do padrão papel para o padrão de software mais hardware, de fato, deve deixar muita gente com dificuldades. A história do suporte da escrita é tão importante quanto a história da própria escrita. Aliás, não podemos, por exemplo, esquecer - mas, acredite, esquecemos! - a Bíblia não foi escrita para ser lida do modo como a lemos, silenciosamente, e, cada um, para si mesmo. Ela foi escrita para ser lida publicamente, em leitura performática. Aí está outro grande problema - a adequação da leitura ao seu perfil teleológico midiático. Mas baste, por ora, a comédia...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Um comentário:
Imagine se assim fosse, rsrsrsrsrs!
Muito bom!
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