(2010/273) Os Rubayat e o Sl 114

1. Ler o Sl 114, mas lê-lo também por sobre seus sinais topográficos, a escultura que ele é, de esconder e revelar, de olhar e não olhar, de relembrar-se e indignar-se, é um exercício mais difícil do que compreender essa quadra dos Rubayat:

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Nunca rezei nas mesquitas, mas antes
ainda sentia uma tênue esperança.
Agora gosto de me sentar lá;
aquela sombra é propícia ao sono.

2. Se você entende a quadra, aplica o seu esquema retórico ao Sl 114 assim - v. 1-6 versus v. 7-8. Pronto, se entendes a quadra, o jogo do antes e do agora, e, dentro do jogo do antes e do agora, o jogo de como era lá, e como é, agora, aqui, então podes entender o Sl 114 - porque se trata do mesmo esquema, o lá e o cá, o então e o agora, o passado e o presente. O salmista desespera de esperança, não sabe mais se crê, ou se descrê. E, no entanto, ele sabe. E, todavia, ele se lembra... Mas, quanto à terra - parada...




OSVALDO LUIZ RIBEIRO