1. É... Há algo em Nietzsche que, definitivamente, ainda que "profético", não me apetece, não posso aceitar... É sua "maquiavélica aristocracia". Para além dela, Nietzsche podia "ver" onde é que, mais cedo ou mais tarde, as coisas iam dar. Bem, até que demorou muito: cem anos para um "trabalhador" assumir o poder... Eis Nietzsche, em toda sua pujança anti-deocrática e anti-proletária - mas, sobretudo, "profética":
2. "Fez-se dos trabalhadores serem aptos à militarização, concedeu-lhes o direito de coalizão, o direito de voz política: que espanto pode haver no fato de o trabalhador sentir já hoje a sua existência como um estado de penúria (expresso moralmente como uma injustiça -)? Mas o que se quer? Indago uma vez mais. Se se quer uma finalidade, também se precisa querer os meios: se se querem escravos, então não se é senão louco, ao educá-los para serem senhores" (Nietzsche, Crepúsculo dos Ídolos, 40).
3. Que coisa, não? Eis, aí, marcada, a contradição brasileira: uma massa de trabalhadores injustiçados, sob a possibilidade de "sindicatos", entregues a um sistema educacional que os educa para o "humanismo", mas numa sociedade que os quer a lavar privadas e a entrar em prédios pelos fundos... Nossa elite é (esse) Nietzsche. Lula, seu produto contraditório... Pior pra eles...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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