1. Da coluna de Tony Monti, no TerraMaganzine:
Inércia
Tenho muitos amigos jornalistas. Eu não sou jornalista. Os textos que circulam por aí e parecem informação desnecessária, repetição do mesmo, ordem desgastada. Na ressa, e com pouco dinheiro para pagar um pensamento, as pautas são copiadas. A escolha de um livro a ser resenhado é feita antes de o livro ser lido. Não é possível ler para escolher, por falta de tempo e de dinheiro.Perde-se assim a dúvida, não é preciso pensar, é preciso fazer afirmações. A notícia de hoje é a mesma de ontem, até a exaustão ou a morte do Michael Jackson. Eu me questiono sobre a necessidade de existir tanto texto igual, desconfio inclusive do valor de existir esta coluna. Não consigo identificar vida na repetição de um texto já escrito. O jornalismo, como o que em geral se faz, é mais uma máquina de fazer circular informação repetida e pensamentos viciados do que é uma condição para pensar, em texto, o mundo.
Parece que minha conhecida relutância em parar o pensamento por um instante, para agir, é o contrário do que se pede. Há urgência, consome-se informação automática. As pessoas ficam obesas de informação inútil. Há excesso de jornais, excesso de papel impresso com nada, cresce a inércia do mundo. Neste padrão, não é mesmo preciso estar informado (não há nada acontecendo a não ser que se pense sobre isso).
3. Não. Não vale. E Monty disse-o de modo bem claro. É o império da cola, do repeteco, do vazio... Mais vale uma folha em branco do que milhares de tantas... sujas apenas de tinta velha...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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