1. Insisto, e quem houver de ficar aborrecido, só tomando um banho frio - a pós-modernidade, de recorte epistemológico pós-fundacional, escolhe: ou serve aos interesses mais estapafúrdios e esdrúxulos, ou serve para acabar com toda possibilidade de discurso crítico e criticável.
2. Um exemplo muito simples, mas que sai da sala de aula, sala de aula onde tudo pode, onde os mestres parem mundos de sua cabeça, e eles, tanto faz, os mestres, os mundos, ficam voando, sem chão, na sua frente, opa!, eu quero esse, opa!, eu quere esse outro!, ah!, esse aqui é meu, ah!, eu gosto desse...
3. Acompanhe-se de perto o caso maedia corporativa (até escrever o nome dos jornalões me dá urticária - mas esses aí, das bancas, de manchetes decididas político-partidariamente) versus blog da PETROBRAS. Ah, esse, sim, é um caso para que se possa ver o quanto vale e a que servem essas epistemologias não-fundacionais...
4. Vamos lá. A maedia corporativa tem a sua pauta - Deus sabe onde (eu desconfio onde) essa pauta é montada e por quem ela é municiada. A partir das munições que recebe das "fontes" (ah, se eu fosse uma mosca...), a maedia elabora "perguntas". A PETROBRAS responde. A maedia diz o que quer dizer. Ela escolhe uma ou duas frases, para ter como dizer que cita a PETROBRAS, e, com essas duas ou três frases, escreve o que quer escrever, incitando os leitores a suspeitas as mais sofisticadas - e politicamente dirigidas...
5. Não importa que a PETROBRAS negue. Os jornalões escrevem o que qerem escrever. Pois bem, Rortys da vida: com quem está a verdade? Não-fundacionismo significa que não há fundamnto que não o discurso... Tudo é discurso, até o poste da rua... Você acorda de manhã, vai à padaria, bom dia, senhor discurso, bom dia, senhora frase, e, porque fica dando atenção aos senhores discursos e às senhoras frases, acaba pisando no cocô de um cachoro-discurso...
6. Ainda que a pragmática desse imbróglio (Brasil, 2010, CPI, oposição-de-olho-em-2010, maedia e PETROBRAS) seja político, fatos são fatos. Às favas com quem afirme que não há fatos. Quem tem prisão de ventre, decerto, não é pós-moderno! Quem tem prisão de ventre há de - literalmente - curvar-se aos fatos, se você me entende... Se o critério não for a verdade factual, jornalística, documental, ela será meramente show e comício, seja do José Soares e de suas "meninas" (que papelão, meninas!), seja do Faustão. Dá na mesma a Polícia Federal e o Tiririca. Deus do céu!, em que mundo estamos?
7. Testemunhar esses dias! Enxergar com esses olhos que vão pedindo óculos-para-perto esse jogo de palavras em torno dos fatos, a esconder os fatos, a deturpar os fatos, e, para além de deturpar os fatos, jogo de torcer as palavras, de sofismá-las, de fingir que as leva a sério, essa hipocrisia política.
8. Porém, se você tem olho na cara, sabe ler, e bom-senso, basta acompanhar o blog da PETROBRAS. Divirta-se, de um lado, com as p*** certeiras que ela está a dar na cabeça dos jornalões, cada linha lá, uma resposta cá, o que não se via no Brasil... bem, eu nunca vi isso no Brasil! E estou adorando! De outro lado, poderá ler as perguntas dos jornalões (sim, de modo admirável, e para furor incontrolável dos jornalões, que alega "vazamento de perguntas" [é para rir?], o blog está disponiblizando o roteiro das perguntas que os jornalões encaminham), ler as respostas que a PETROBRAS dá às perguntas, e ver como os jornalões compõem seu discurso pós-moderno - cínico e comprometido, mas, ccertamente, não com a verdade, nem com a sintaxe...
9. Sim, sim, sei onde quer chegar esse Senhor Não-Fundamento. Para ele, bom mesmo é um bom blog de crítica, para metê-lo no buraco de onde não devia nunca ter saído. Mas, já que saiu - Rodox nele...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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