1. Hoje, passei algumas horas, poucas, é verdade, na companhia de meu amigo Daniel Justi. Entre as várias coisas sobre as quais falamos, uma delas foram os post que escrevi em reação - "e que reação", escreveu-me Jimmy - ao post de meu amigo blogueiro ((2009/030) Racionalismo blasé e experiência religiosa: a razão cega diante do intratável). E ele me disse algumas coisas a respeito.
2. Primeiro, confessou que havia lido e comentado o texto, a pedido de Jimmy, e que, segundo diz, Jimmy procedeu a algumas reformulações no teor do "manifesto". Gostaria de saber o que meu amigo teria pensado do texto, que reformulações propusera, quais foram acatadas... Mas ele se diz "ocupado" e algo "recatado", conquanto, às vezes, tenha pulsões de cá escrever. Mas não escreve, logo, concluo, são mais para traques sem cheiro do que verdadeiras comixões da alma, porque, quando as tripas têm de falar, ah, elas falam - se me entendem...
3. Também me criticou um traço de personalidade: disse-me irritante. Disse assim, à sua "Bel", a Bianca: o Osvaldo é irritante, Bianca, o Jimmy escreveu um post, um texto lá, coisa simples, e o Osvaldo respondeu com dez (dando ênfase corporal ao número)... "Irritante". Devo confessar que não é a primeira pessoa a me classificar de irritante. Mesmo Bel, a minha Bel, já me disse isso, e em relação exatamente à mesma coisa, conquanto ela tenha assim se pronunciado de modo fenomenológico, quer dizer, dizendo-me que os donos dos textos objetos de minhas críticas devem me achar irritante. Bem, um "revisor" me acha irritante...
4. E por quê? Deixem-me dizer um traço característico dos diálogos acadêmicos que eu conheço - raso e superficial. Fala-se na e da superfície. Não se diz realmente de que idéia se está falando. Cita-se um autor, e fala-se qualquer coisa. Uma esgrima superficial e sem base, porque, já que é o autor que você está citando, você pode estar referindo-se a qualquer meia linha que ele tenha escrito em sua vida de cinqüenta anos, uma meia linha dentre umas quinhentas mil, meia linha essa que seu interlocutor não deve conhecer, e, provavelmente, você conhece por meio de terceiros. Estou cansado de ouvir referências a Nietzsche que nada têm de Nietzsche, de Kant, que nada têm de Kant, de Tillich, que são fruto de puro "desejo", mas que não correspondem à teologia "real" do sujeito. E nem se quer, de fato, saber, que a iconoclastia é o mal da modernidade, e, agora, a moda é ser pós-moderno...
5. Assim, quando eu pego um texto para analisar, quero destrinchá-lo, virá-lo do avesso, e apontar, para meu interlocutor, caso ele tenha interesse, não me importa, eu tenho, o ponto que critico e o que acho do que ele escreveu. Quando se trata de equívoco, quero descrever o equívoco, apontar a sua materialização, sugerir seu conserto - se tiver! (às vezes é tão estapafúrdia a fórmula que não tem, absolutamente, conserto: é o caso useiro e vezeiro da teologia...).
6. A rigor, não esgotei nem de longe tudo que poderia dizer de cada post. Fui rápido, para meu cérebro me dar descanso (eu acho que tem um demônio na minha cabeça, sei não...). Se eu voltar lá, sou capaz de apontar novos equívocos e novos problemas, sem citar os anteriores. Porque fui muito seletivo na crítica - talvez não devesse.
7. Penso que essa é uma prática boa. Não considero que a crítica seja uma coisa que se possa fazer como quem joga buraco ou dama. Não é um passeio. É uma análise. Eu consideraria até uma honra alguém que eu eventualmente julgasse capacitado para tanto gastar dois de seus caros dias, caríssimos, sem preço, para quem tem uma Bel a beijar, analisando, linha a linha, algo que eu tenha escrito. Disso nunca me vi merecedor. Jimmy, começando a carreira agora, e, desejo sincero meu, oxalá seja próspera e frutífera, longa e profunda, deve sentir-me muito grato pelo tempo que dediquei a seu texto. Ele me disso isso em e-mail que trocamos pouco depois. Vou crer nele. Até prova em contrário...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Primeiro, confessou que havia lido e comentado o texto, a pedido de Jimmy, e que, segundo diz, Jimmy procedeu a algumas reformulações no teor do "manifesto". Gostaria de saber o que meu amigo teria pensado do texto, que reformulações propusera, quais foram acatadas... Mas ele se diz "ocupado" e algo "recatado", conquanto, às vezes, tenha pulsões de cá escrever. Mas não escreve, logo, concluo, são mais para traques sem cheiro do que verdadeiras comixões da alma, porque, quando as tripas têm de falar, ah, elas falam - se me entendem...
3. Também me criticou um traço de personalidade: disse-me irritante. Disse assim, à sua "Bel", a Bianca: o Osvaldo é irritante, Bianca, o Jimmy escreveu um post, um texto lá, coisa simples, e o Osvaldo respondeu com dez (dando ênfase corporal ao número)... "Irritante". Devo confessar que não é a primeira pessoa a me classificar de irritante. Mesmo Bel, a minha Bel, já me disse isso, e em relação exatamente à mesma coisa, conquanto ela tenha assim se pronunciado de modo fenomenológico, quer dizer, dizendo-me que os donos dos textos objetos de minhas críticas devem me achar irritante. Bem, um "revisor" me acha irritante...
4. E por quê? Deixem-me dizer um traço característico dos diálogos acadêmicos que eu conheço - raso e superficial. Fala-se na e da superfície. Não se diz realmente de que idéia se está falando. Cita-se um autor, e fala-se qualquer coisa. Uma esgrima superficial e sem base, porque, já que é o autor que você está citando, você pode estar referindo-se a qualquer meia linha que ele tenha escrito em sua vida de cinqüenta anos, uma meia linha dentre umas quinhentas mil, meia linha essa que seu interlocutor não deve conhecer, e, provavelmente, você conhece por meio de terceiros. Estou cansado de ouvir referências a Nietzsche que nada têm de Nietzsche, de Kant, que nada têm de Kant, de Tillich, que são fruto de puro "desejo", mas que não correspondem à teologia "real" do sujeito. E nem se quer, de fato, saber, que a iconoclastia é o mal da modernidade, e, agora, a moda é ser pós-moderno...
5. Assim, quando eu pego um texto para analisar, quero destrinchá-lo, virá-lo do avesso, e apontar, para meu interlocutor, caso ele tenha interesse, não me importa, eu tenho, o ponto que critico e o que acho do que ele escreveu. Quando se trata de equívoco, quero descrever o equívoco, apontar a sua materialização, sugerir seu conserto - se tiver! (às vezes é tão estapafúrdia a fórmula que não tem, absolutamente, conserto: é o caso useiro e vezeiro da teologia...).
6. A rigor, não esgotei nem de longe tudo que poderia dizer de cada post. Fui rápido, para meu cérebro me dar descanso (eu acho que tem um demônio na minha cabeça, sei não...). Se eu voltar lá, sou capaz de apontar novos equívocos e novos problemas, sem citar os anteriores. Porque fui muito seletivo na crítica - talvez não devesse.
7. Penso que essa é uma prática boa. Não considero que a crítica seja uma coisa que se possa fazer como quem joga buraco ou dama. Não é um passeio. É uma análise. Eu consideraria até uma honra alguém que eu eventualmente julgasse capacitado para tanto gastar dois de seus caros dias, caríssimos, sem preço, para quem tem uma Bel a beijar, analisando, linha a linha, algo que eu tenha escrito. Disso nunca me vi merecedor. Jimmy, começando a carreira agora, e, desejo sincero meu, oxalá seja próspera e frutífera, longa e profunda, deve sentir-me muito grato pelo tempo que dediquei a seu texto. Ele me disso isso em e-mail que trocamos pouco depois. Vou crer nele. Até prova em contrário...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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