terça-feira, 1 de março de 2016

(2016/028) Verdade, mas verdade mesmo, só há uma...


Vejam como é o raciocínio: o fundamentalismo, ele diz, opera com o mesmo registro epistemológico que a Modernidade, por isso ele é violento... O sujeito, ele continua dizendo, pensa que existe uma verdade e que as pessoas podem ter acesso a elas - aí, a cabeça fica ruim e o sujeito se torna um intolerante...

Esse é o argumento padrão de um pós-moderno (que se saiba como tal ou não) quanto ao fundamentalismo. Sim, ele confunde, de propósito, porque seu intuito não é tanto condenar o fundamentalismo, quanto condenar a Modernidade crítica, a epistemologia crítica da Modernidade com a bestificação epistemológica do fundamentalismo - e o faz por meio dessa "evidência": ambos, crítico moderno e fundamentalista, acreditam na verdade...

E não há verdade?, eu pergunto. Ao que ele, abrindo a bocarra de sorrisos infantis: Não!, não há... E eu, então, retruco: só essa, né? Essa?, ele me pergunta, franzindo a sombrancelha: sim, essa de dizer que não há verdade... Deixei ele lá, tentando entender sua contradição performativa. Um dia ele entende... Aí, voltaremos a conversar sobre fundamentalismo e modernidade. Antes não, que é perda de tempo...








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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