sábado, 27 de fevereiro de 2016

(2016/011) O problema é mesmo os imbecis que escrevem nas redes sociais?

Voltando à questão bastante comentada quanto ao que Umberto Eco escreveu sobre as redes sociais terem dado voz a uma multidão de imbecis, devo dizer que há alguma coisa que não me convence nessa declaração. Ela me parece o tipo de declaração que aprece adequada, mas que tem algo de estranho, mas de difícil captação.

Vai ver o errado sou eu, e fazem sentido as críticas que eu recebi por ter escrito que esse tipo de declaração lembra aquelas do tipo que, há 200 anos, "progressistas" faziam sobre os pobres lerem jornais (Kierkegaard).

Eu devo dizer que eu tenho lido pouca imbecilidade nas redes sociais. Por quê? Porque eu bloqueei tudo quanto é gente que fala mal de gay, que criminalizada Dilma e o PT, que postam violência. Quem publica essas coisas, sendo bloqueado, fica restrito a quem quer consumir esse tipo de coisa. E eu simplesmente não consumo.

Em minha tela, passa apenas aquilo que eu acho tolerável de ler ou ver. De vez em quando, alguma coisa ainda imbecil aparece, e eu, imediatamente bloqueio, sem perder tempo sequer em ver quem escreveu. De sorte que, se o Umberto Eco olhar meu perfil, vai encontrar apenas gente mediana, dentre os quais se encontram gente excelente...

Talvez, portanto, o problema não seja quem escreve imbecilidade nas redes sociais, mas quem se dê ao trabalho de ficar ouvindo, lendo e repercutindo.

Se alguém olhar a sua tela, poderá repetir o que Umberto Eco disse? E a culpa é de quem, então? Porque, se alguém olhar a minha tela por meia hora, há de achar que Umberto Eco tem gente muito desqualificada em seus contatos...

O quê? Tenho que manter o contato com os imbecis, para eu ter contato com a realidade? Entendi... E você já visitou quantos presídios, orfanatos e hospitais de queimados hoje? Então, vá encher o saco de Umberto Eco e me deixe em paz...




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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