domingo, 1 de fevereiro de 2015

(2015/150) E o que tem a ver casamento e heresia?

Até há algum tempo, o homem não escolhia a mulher nem a mulher, o homem: acordos de família o faziam. Muitas vezes, conhecia-se a mulher no dia do casamento. Mas mesmo nas condições menos radicais, a escolha de um e de outro era inexistente.

Hoje, não, hoje há heresia. Todo homem que escolhe a mulher com quem vai se casar é um herege. Toda mulher que escolhe o homem com quem se casar vai, é uma herege.

Nisso, casamento e doutrina era a mesma coisa: alguém decidia como tinhaque ser e enfiavam goela abaixo das pessoas: crê nisso, imbecil!m naquilo, parvo!, mais nisso, troglodita!, e nisso aqui, anencéfalo! As pessoas apenas iam dizendo sim senhor, sim senhor e, quando não diziam, bem, não quero falar de sangue aqui...


Claro que sempre houve quem não quisesse crer, como também sempre houve quem não se quisesse submeter ao casamento de arranjo. A cultura não doma o espírito humano - apenas o amarra, algema, aprisiona, espanca até o medo.

Heresia, a palavra, significa escolha. Aprendemos, graças a Deus, a ser hereges. Naquilo que importa - na política, na fé, no casamento, somos, todos, hereges.

Que bom.








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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