quinta-feira, 19 de junho de 2014

(2014/629) Sobre cursos de liderança


No curso A de liderança, ensina-se a ouvir o povo - afinal, você é um funcionário da massa. No curso B de liderança, ensina-se a ser ousado e a ouvir a própria voz - afinal, você é o líder. Dicotomias, maniqueísmos, dualidades...

Na prática, liderar é ter que decidir quando é correto ouvir a massa e quando é correto ouvir a si mesmo, ainda que contra a massa. Não há "passos". Não há "modelos". Não há rotinas. O que há é a sensibilidade, a ousadia, o risco: quando eu devo fazer o que os liderados querem, e quando eles devem fazer o que eu quero? Quando eles estão certos e quando eu estou certo?

Às vezes, o melhor para o grupo não é o que o grupo deseja. Às vezes, é. Aqui, se terá de correr o risco de agir, com todos os riscos que toda e qualquer ação comporta.

O que estou dizendo: há um quê de "paternidade" em todo exercício de liderança? É o líder sempre aquele que deve sopesar se o melhor para o grupo é o que o grupo quer, exatamente como um pai faz com os filhos? Ou deve ser ele um simples botão de apertar e abrir as comportas automaticamente?









OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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