Acho curioso que a Igreja que, mal ou bem, é a única coisa concreta que o crente tem, seu lugar, mal ou bem, de encontro com seu irmãos de fé, sua casa de orações e ritos, que seja justamente ela a criticada como "distante" de Deus, "vazia", "desviada"... Ora, é muito mais sensato admitir a condição mitológica da ideia de Deus e permanecer na Igreja concreta em que ele sempre esteve do que difamar esta, abandoná-la e, todavia, permanecer com a ideia mitológica na cabeça.
Mas, para o sujeito, ele ainda quer Deus, mas não mais a Igreja.
Não vejo sentido nenhum nisso, embora compreenda que ele veja.
Todavia, me pareceria mais sensato a conclusão inversa: a ideia de Deus é uma ideia mitológica, mas as pessoas que lá estão, não. É, para mim, a´te compreensível deixar a ideia de Deus na gaveta, mas não as pessoas e a Igreja, porque, afinal, elas é que são reais. Agora, o inverso, me parece a prova incontestável de que trocou-se a vida real pela mitologia, as pessoas de carne e osso por personagens mitológicos.
Não sei como vão amá-lo, já que, segundo João, é amando as pessoas reais que se pode amá-lo.
Lá vai um sem Igreja, sem pessoas, sem amor, mas com sua Ideia-Deus debaixo do braço.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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