Levar a sério a questão da "transcendência" não é simplesmente substituir o termo "Deus" e "sagrado" por "transcendência", como se isso resolvesse as coisas e nos desse um ar mais acadêmico - transcendência, nesse sentido, é tão mitológico quanto Deus.
Levar a sério a transcendência é:
a) num movimento para fora, recuperar TODOS os discursos sobre transcendência e tratar o "nosso" como mais um - e sem nenhuma condescendência do tipo cínico: quando os demais se aperfeiçoarem, estarão à altura do meu, coitados! Hipocrisia falso-acadêmica...
b) num movimento para dentro, compreender o processo cérebro-psicológico da construção dos conceitos, inclusive o de transcendência...
É por isso que considero, no todo, a Teologia clássica algo ruim, ultrapassado e perniciosos para a comunidade acadêmica - ela faz de conta que pensa o conceito, quando, na verdade, reúne sempre novos argumentos e novas roupas para a manutenção do mesmo mito e a perpetuação dos mesmos elitismos teológicos de sempre.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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