I.
"6. Caráter político das posições epistemológicas pós-modernas".
"6. Caráter político das posições epistemológicas pós-modernas".
Título de uma seção do artigo EPISTEMOLOGIA PÓS-MODERNA, TEXTO E CONHECIMENTO: A VISÃO DE UM HISTORIADOR, de Ciro Flamarion Cardoso, que Lair Amaro me mandou. Não diria nada diferente. Morin já disse: "pobre pós-modernismo" e Losurdo não cansa de revelar as relações políticas dessa onda há uma década... É a mesma coisa que a "teoria do fim da história", que aquele funcionário de Estado de - adivinha - os USA inventou. No fundo, tudo estratégia para barrar o desenvolvimento dos países pobres e emergentes... Uns o fazem conscientemente: outros, porque são cascas de coco nas ondas...
II.
"Na década de 1980, ainda era possível, na Europa Ocidental (embora já não no Reino Unido de Margaret Thatcher), cantar loas, uma vez mais, aos benefícios do Welfare State: deixem-se convencer de que é desnecessário manter a combatividade da esquerda, nestas condições em que o bem-estar foi conseguido de facto, mesmo sem eliminar o capitalismo. Mas, nesta década atual, quando o modelo Thatcher se generalizava na Europa, sem excluir a França, a discussão francesa do “consenso” teve de ser muito mais abstrata, já que, depois da conjuntura de 1989-1991, a direita estava exatamente tratando de destruir o “Estado do bem-estar” em nome da eficiência e da necessidade de competir na era da globalização. Não é casual que se queira insistir na autonomia da política: como certa vez notou Habermas, Hannah Arendt gostava de refugiar-se na Atenas antiga para não ter de discutir problemas econômico-sociais contemporâneos incômodos: se era assim há algumas décadas, imagine-se na atualidade! Ou seja, o debate pós-moderno francês acerca do “consenso”, anterior a novembro e dezembro de 1995, era um debate de direita, conservador. O abandono dos enfoques holísticos e a politização pulverizada que os acompanha nada têm de casual ou de politicamente inocente"...
II.
"Na década de 1980, ainda era possível, na Europa Ocidental (embora já não no Reino Unido de Margaret Thatcher), cantar loas, uma vez mais, aos benefícios do Welfare State: deixem-se convencer de que é desnecessário manter a combatividade da esquerda, nestas condições em que o bem-estar foi conseguido de facto, mesmo sem eliminar o capitalismo. Mas, nesta década atual, quando o modelo Thatcher se generalizava na Europa, sem excluir a França, a discussão francesa do “consenso” teve de ser muito mais abstrata, já que, depois da conjuntura de 1989-1991, a direita estava exatamente tratando de destruir o “Estado do bem-estar” em nome da eficiência e da necessidade de competir na era da globalização. Não é casual que se queira insistir na autonomia da política: como certa vez notou Habermas, Hannah Arendt gostava de refugiar-se na Atenas antiga para não ter de discutir problemas econômico-sociais contemporâneos incômodos: se era assim há algumas décadas, imagine-se na atualidade! Ou seja, o debate pós-moderno francês acerca do “consenso”, anterior a novembro e dezembro de 1995, era um debate de direita, conservador. O abandono dos enfoques holísticos e a politização pulverizada que os acompanha nada têm de casual ou de politicamente inocente"...
(Ciro Flamarion Cardozo - para quem lê Losurdo, nenhuma novidade. Para os amantes da pós-modernidade e os repetidores de termos (todo trabalho acadêmico, agora, tem que trazer o termo! [desgraça!], uma saraivada de constrangimentos).
III.
Cui prodest?
III.
Cui prodest?
"A quem interessava ou aproveitava tal consenso?" (Ciro Flamarion Cardoso - sobre o consenso pós-moderno).
Essa é a pergunta que se tem de fazer: a quem interessa a coisa, a quem serve o programa, quem ele empodera...
A quem interessa a tese pós-moderna?
Não, certamente, aos pobres, à periferia...
Mas vejo "engajados" na luta (?) a favor dos pobres correndo feito moscas sobre o monte pós-moderno...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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