No Youtube, uma versão reduzida deste vídeo foi legendada com blá blá blá evangeliquês. Para quem gosta de chavões automatizados, um prato cheio. Como, todavia, o vídeo é obviamente independente da lenga-lenga crente que lhe apensaram, procurei a versão original. Ei-la.
É uma bela "narrativa". O "mau" puma contra o "pobrezinho" do filhote de urso. A mesma narrativa podia ser escrita de outra forma - bastaria filmar um urso "mau" atrás de um filhote de puma.
É fácil provocar sentimentos. Mas é preciso ter em mente que se trata não de uma narrativa de cinema, mas a narrativa mesma da vida - dura como ela é. É a vida, e nada mais do que a vida, que leva o puma a tentar não morrer de fome e comer o que lhe vier à frente - porque tem fome. Não atacaria o filhote à toa. E, nesse dia, foi para casa sem ter o que comer e eventualmente, sem ter o que dar à ninhada...
Narrativas sentimentais da vida ou religiosas não compreendem a vida. A vida não tem sentimentos nem religião: a vida é nada mais nada menos do que um moedor de carne.
Nós, (felizmente) (às vezes) não.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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