Quando eu era criança, e também um pouco mais tarde, quando eu era já adolescente, mas depois, nunca mais, costumava sonhar que voava e pousava no portão da garagem da casa de minha avó. O portão tinha pontas de lança afiadas e, à medida que eu me aproximava, veloz que eu vinha, eu pressentia que os ferros me iam furar os pés, as pernas, que doeria muito. Então, eu fechava os olhos. Sim, no sonho, enquanto me aproximava aceleradamente das pontas de lanças, com medo, eu fechava os olhos e esperava alguns segundos...
Quando os abria, estava tudo bem...
Faço isso até hoje. Não nos sonhos. mas na vida. Há dias, momentos, épocas, períodos em que as coisas estão difíceis. Então, faço como aquele menino de asas: fecho os olhos e espero passar...
Até hoje, tenho pousado com segurança, a despeito da dor que os olhos fechados não anestesiam...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário