A subjetividade humana, isto é, a capacidade humana de apreender a presença e dar sentido às coisas a partir e em função de sua instalação no mundo pode ser reduzida ao fenômeno objetivo da matéria. A subjetividade humana é resultado do fenômeno objetivo da matéria. A subjetividade humana é um elemento da história objetivida do cosmo, uma etapa de seu "desenvolvimento", uma conseqüência natural da interação dos elementos físico-periódicos, uma emergência biológico-material.
Por outro lado, não, o fenômeno objetivo da matéria não pode ser reduzido à subjetividade humana. A matéria e suas relações, seus estados, suas formas, não são resultado da subjetividade humana, não são criados nem estabelecidos pela subjetividade humana, não são epifenômenos psicológicos, não são entidades da mente...
Óbvio - o modo de apreensão mental (psicológica) que o Homo sapiens faz do cosmos é - também - subjetivo. Todavia, estamos, nesse ponto, falando apenas - e nada mais do que isso - do modo como a subjetividade humana, fenômeno objetivo da matéria, apreende o próprio fenômeno objetivo da matéria. Não se trata, jamais, de a mente humana criar a matéria - ainda que possa criar alucinações...
A subjetividade humana, se não passasse pela consciência humana e tornasse-se, assim, fenômeno singular de uma identidade subjetividade, de um centro de mundo, poderia ser pensada, até, como o retorno do cosmo material-objetivo sobre si mesmo. Mas não pode, porque o cosmo não está aí enquanto ser consciente: ser consciente é apenas esse estranho fenômeno subjetivo, cria do cosmo, e, no entanto, distinto dele...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário