domingo, 22 de setembro de 2013

(2013/1105) O bem, o belo e o verdadeiro


Há uso político da arte?

Há.

Arte é política?

Não.

Há uso político da verdade? 

Há.

Verdade é política?

Não.

Há arte e política na verdade?

Há.

Arte e política são verdade?

Não.

Se você não separa o bem do verdadeiro e do belo, o belo do verdadeiro e do bem e o verdadeiro do belo e do bem - então você misturou (de propósito [programa político?]?, por equívoco [falta de reflexão crítica?]?) a política a arte e a verdade, a política, a estética e a heurística.

A despeito de as três expressões andarem inter-relacionadas, não se confundem: são coisas completamente diferentes...








OSVALDO LUIZ RIBEIRO

2 comentários:

Al disse...

Há um livro de um autor que vc gosta "A Falsa Medida do Homem", Stephem J. Gould, feito pra rebater certas ideias do racismo científico. Vale a pena. Ele demonstra como de alguma maneira os preconceitos e conservadorismos políticos adentraram na pesquisa. Aí se entremeiam a Ciência e a política, o modo como ela funciona para legitimar a ordem socio-política. Gould nos diz que há mito na ideia de neutralidade científica.

Ora, mas chega a ser bobo afirmar o estatuto autônomo da Arte, e da Ciência e eu acresceria o da Filosofia...isso é apenas o obvio! Cada um tem seu estatuto e sua forma de pensar peculiar.

Teria de ser mais preciso a definição "uso político", um uso por parte das práticas de estado, como os fascismo usaram a arte e a ciência e a filosofia? Ou um uso de resistência, em que os agentes resistem contra os poderes que querem aprisionar a vida?

Será mesmo que no real não há sempre usos e funcionamentos, capturas, redistribuições... e não esse setor neutro e flutuando,anistórico e apolítico?

Engraçado é que vc na teologia parece querer se livrar de Platão, mas igualmente parece o retomar quando se aventura em outros discursos; A Arte, A Ciência, A Verdade como entes puros e apolíticos.

Mas mesmo em Platão, a suavidade das ideias puras funcionavam politicamente muito bem. E mesmo Platão conhecia os perigos políticos da arte e da música.

Talvez vc ainda não tenha conseguido se livrar das "costas largas" de Platão.





Peroratio disse...

Gould é bom. Tenho quase tudo dele.

Você deve tomar-me por um débil, só pode. Achar que precisa citar ressalvas de que não há neutralidade - para mim! Tenho que ser paciente com você, a despeito de sua presunção...

Seja como for, não haver neutralidade no modo de o homem funcionar com relação ao belo, o bem e o verdadeiro diz o que sobre o belo, o bem e o verdadeiro? Nada. Diz, antes, e apenas, sobre o homem e o modo como ele funciona...

E, se você fosse coerente, não estaria discutindo sobre a Filosofia que eu não entendo, porque não há o que entender, já que não há neutralidade...

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