sábado, 15 de junho de 2013

(2013/600) Que Mimo!, Tobias Barreto


É do século XIX, logo, há um recato nas palavras - mas, cá entre nós, não muda nada o desejo que está por trás delas, muda?

Que Mimo

Tu és morena e sublime, 
Como a hora do sol posto. 
E, no crepúsculo eterno 
Que te envolve o lindo rosto, 
O céu desfolha canduras 
De alvoradas e jasmins, 
E passam roçando n´alma 
As asas dos querubins... 

Teu corpo que tem o cheiro 
De cem capelas de rosas, 
Que t´enche a roupa de quebros, 
De ondulações graciosas, 
Teu corpo derrama essências 
Como uma campina em flor: 
Beijá-lo!... fôra loucura; 
Gozá-lo!... morrer de amor...

Tobias Barreto




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sobre ombros de gigantes


 

Arquivos de Peroratio