Por isso há tanta gente - que se pode dizer "boa" - reprovando a modernidade, essa "juventude a corrigir os erros de Deus". Sem romantismos - não sabemos todos os erros que nós, "revolucionários", cometeremos, mas sabemos todos os que os deuses cometerem - e que ainda querem cometer!
A Escravidão
Se Deus é quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.
Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus
Em seu delírio inefável,
Praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus!...
Pois eu usaria esse poema de Tobias Barreto em direção a tudo o que "Deus" ainda mantém de pecado entre nós: a intolerância à homoafetividade, por exemplo, à diversidade de gênero, mas, para além dela, a síndrome sacerdotal, causa de tanto horror na História e razão primeira, ainda, da manutenção dos pecados de Deus entre nós - eles, os assalariados de Deus.
Com a Ética, castramos Deus.
Com a Liberdade, castremos seus profissionais.
Com a Liberdade, castremos seus profissionais.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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