Para quem ainda precisa de chão para pisar, mas já se meteu a fuçar ali onde as aranhas fazem a toca e os corvos, seus ninhos, apenas a tradição os salvaria...
Mas roubaram de nós a tradição.
Um pobre de um desgraçado crente, ao meter-se a estudar com seriedade os textos bíblicos e a ver desenrolar-se diante de seus olhos um manuscrito totalmente desconhecido, segredos há muito escondidos pelo tempo, conquanto à flor da pele, sente o chão roubado e, todavia, sem nada para pisar...
Se não tivessem demonizado a tradição, se não tivessem mentido para ele, se não tivessem inventando a maior de todas as mentiras - de que sua fé é "bíblica", quando ela é unicamente tradição, ele poderia estudar sem dores, sem tremores, sem pesadelos...
Mas mentiram para ele e para ela. Seus olhos arregalam-se, e não se lhes dá uma saída...
Pois eu os desafio, meus amigos e amigas: se precisam de chão, mandem ao inferno todos os que demonizaram sua tradição, confessem-na, ratifiquem-na, enfiem-se até os ossos dentro dela, ela, a sua tradição, e, então, se sentirão livres e revigorados pa ra pesquisar até o fundo a nossa história.
Coragem, meus bons "católicos". Coragem...
Sois, devemos ser francos, homens e mulheres ainda antigos demais para um mundo novo - mas que ninguém os faça sangrar à toa: agarrem-se à tradição, sintam-se seguros e caiamos dentro dos textos, escutando essas vozes mortas há dois mil e quinhentos anos...
Sois, devemos ser francos, homens e mulheres ainda antigos demais para um mundo novo - mas que ninguém os faça sangrar à toa: agarrem-se à tradição, sintam-se seguros e caiamos dentro dos textos, escutando essas vozes mortas há dois mil e quinhentos anos...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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