1. Direi porque me parece óbvio que a estrutura básica da teologia da salvação cristã passe a mil quilômetros do perdão: ela é sacerdotal...
2. O sacerdote não vive de perdoar: vive de exigir sacrifícios. No Templo, literalmente, ele vivia disso. Os animais trazidos para o sacrifício, de um lado salvavam as pessoas da morte, porque Deus aceitava a morte do cabrito no lugar da morte de Jacó...
3. Por outro lado, serviam, também, para a manutenção das despesas de toda a operação templária...
4. Um sacerdote, se perdoa, morre de fome...
5. Quando a teologia cristã foi montada sobre a estrutura do sacrifício judaico, trouxe consigo essa incontornável condição: não se pode perdoar, mas cobrar a dívida - não importa quem pague, o que importa é que alguém pague...
6. Não, não há perdão.
7. E essa estrutura de imposição impõe-se tão profundamente que nenhum cristão consegue dizer "vai", mas "vem" - é ele aquela mão sacerdotal a tomar para si, sempre, o sacrifício que lhe mantém vivo...
8. É preciso purgar a fé cristã - se isso é possível - dessa possessão sacerdotal. É preciso matar Elias - dá pra mim - e ressuscitar Eliseu...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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