quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

(2012/873) Da luta de vida e de morte das plantas de meu condomínio

1. Aqui, no condomínio onde moramos, havia uma figueira. Devia ter uns 15 metros de altura, pouco menos. Frondosa, enorme, linda, casa de morcegos e passarinhos. Estava plantada numa área de uns dez ou doze metros quadrados de terra. À volta dela, cresciam ralas gramíneas, que nunca passavam de dez ou quinze centímetros de altura...

2. Cortaram a figueira. Até a raiz...

3. Passaram-se dois meses. À volta da raiz morta, ou quase, cresceram multidões de plantas, algumas, chegando a metro e meio de altura, com volume luxuriante... Os dez metros quadrados de areia sumiram, e a vegetação em convulsão tomou conta da área...

4. A Natureza... Quem é o tolo que acha que ela é paz? Não é - é guerra de morte e de vida. Para viver, a figueira impedia que todas as outras plantas crescessem. Roubava-lhes todos os nutrientes, toda a água. Matava-as na raiz.

5. Mas foi morrer a gigante, e as pequenas tiveram chance. Como são todas pequenas, uma multidão cresceu, milhares de pés, em corrida desenfreada pela posse do espaço ecológico.

6. Sejam os seres de carne, sejam os seres de clorofila, a vida é ou matar ou morrer...

7. Apenas na espécie humana a a chance de mudar o jogo entre nós mesmos, humanos. 

9. Ou, alternativamente, manter girando em nós a roda natural...





OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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