segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

(2012/846) Fragmentos facebookianos

I..


Eduardo Guimarães: "Lula (...) precisa falar ao país". Eduardo, não sei, não, viu? Não tenho lá tanta certeza de que Lula precise dizer alguma coisa...

O arrazoado de Eduardo é o de que Lula apanha calado desde 1989. A cada ano, a mídia bate impiedosamente em Lula. Desde 2002, com requintes de crueldade, com tripla qualificação.

Agora, outra vez, mas, alega Eduardo, Lula não tem palanque - e, nesse sentido, precisa "falar ao país".

Para quê?

Se não tem falado e tem ganho tudo o que deseja ganhar, com algumas batalhas perdidas aqui e ali, mas, no cômputo geral, vitória expressiva, inequívoca e arrasadora, falar para quê?

Eu acho que, no fundo, nós é que nos sentimos mal, acuados, feridos, porque, quando batem nele, batem em nós. E nós gostaríamos de reagir, e, então, gostaríamos que Lula reagisse, xingasse a mãe de Merval Pereira, a mãe da Catanhede, desse povo invejoso e asqueroso. Talvez seja mais Eduardo querendo reação do que outra coisa...

Numa guerra como essa, qualquer coisa que Lula diga será usado contra ele. Não há nada que ele possa dizer ou fazer que acalme a oposição, a mídia, a elite - tudo, absolutamente tudo será usado contra ele.

Eu compreendo. É tanto bombardeiro, tanto, mas tanto, que nós mesmos começamos a ficar preocupados. E, quem sabe?, ver Lula praguejar, aumentaria nossa "crença" e "confiança".

Quanto a mim, há algum tempo deixei de acompanhar essa guerra como quem assiste ao Fim do Mundo persa - os filhos do bem contra o filhos do mal. Há santos e demônios nos dois lados. Mas o projeto de um dos lados ainda é o meu projeto - entre uma Privataria escancarada e escondida e um mensalão encenado na caverna do Batman, fico com Lula.


II.


Para além do fato de que somos "ensinados" - é a nossa jihad - a fazer isso desde o primeiro dia de nosso "nascimento", penso que a razão psicológica de querermos de todos os modos e meios fazer com que as pessoas tenham a mesma crença que nós, a mesma crença que a nossa verdadeira e absoluta forma de ver o mundo tem um pouco de imaturidade e, sobretudo, de insegurança: "sou" tão inseguro, mas tão inseguro, que, se todos fazem o que eu faço e repetem o que eu repito, então posso respirar, mas, se alguém faz e/ou fala algo diferente, pronto, o mundo aos meus pés perde a densidade do Carmelo e fica parecido com com uma geleia de cultura...



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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