sexta-feira, 31 de agosto de 2012

(2012/655) Da "filosofia teológica" e da racionalização mitológica

1. Essa semana, circulou pelo Facebook uma brincadeira sarcástica com a teologia e a metafísica. Mais ou menos assim. A filosofia é um homem com uma lanterna, num quarto escuro, procurando um gato. A metafísica é um homem com uma lanterna, num quarto escuro, procurando um gato que não existe. A teologia é um homem com uma lanterna, num quarto escuro, procurando um gato que não existe e que diz: "encontrei o gato!"...

2. Mas não termina aí: eu acho que se pode aumentar a lista, porque há teólogos e teólogos: por exemplo, a senhorinha de oitenta e dois anos, que achou o gato e vai morrer feliz com seu gato. Mas há o teólogo de carteirinha, dos corredores, dos livros e dos anais. 

3. Para esse, componho uma quarta linha: a filosofia teológica é um homem com uma lanterna, num quarto escuro, procurando um gato que não existe, que encontra o gato e que diz que tinha que haver o gato e que faz sentido que haja e que tenha sido encontrado...



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

PS. como assim "não existe o gato"? Boa pergunta, me faz um leitor. Esse gato, encontrado pela teologia e justificado pela filosofia teológica, ele não existe no quarto - apenas nos olhos de quem o encontrou. Se há algo no quarto, além do escuro, do homem, da lanterna e da luz da lanterna, bem, aí não se pode achar - não com essa lanterna e, talvez, não esse homem. O que talvez implique na necessidade de uma quinta linha, a da mística filosófico-teológica, que é a que diz que encontrou outro gato, que não é aquele, mas que é o gato que é outro gato, que não pode ser encontrado, mas que foi...

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