sábado, 25 de agosto de 2012

(2012/648) Da insensibilidade da fé subjetiva - individualista

1. Se eu estivesse em outros dias, fosse outra pessoa, até alguém que já fui, um dia, eu diria que ter sido contratado pela Unida, logo após ter ficado desempregado, foi um presente de Deus...

2. Mas são esses os dias desse homem que me tornei. Por isso, não direi isso. Não porque não possa acreditar que tenha sido. Apenas pelo fato de que acho as questões "de Deus" graves demais para com ela embrulharmos tudo e qualquer coisa - Deus, para mim, é coisa cada vez mais secreta, íntima, inefável, cada vez mais absconditus, talvez como o pai, para um filho que cresce, casa e sai de casa...

3. Mas a razão mesmo é outra: é a absoluta falta de coragem de esfregar na cara de quem não teve a sorte que você teve de ter que dormir sabendo que se diz por aí que Deus é bom, mas só dá emprego para quem ele quer, ainda que você precise desesperadamente de um...

4. Por que será que a espiritualidade pop-burguesa seja capaz de tanta insensibilidade?




OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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