terça-feira, 10 de julho de 2012

(2012/566) Sobre a Morte, minha inimiga



1. A única inimiga da qual não podemos fugir é a morte, vencer, é a morte, enganar, é a morte. Criaram expectativas de reencarnação, ressurreição, passagem - mas todas as "criatividades teológicas" são forçadas a passar por ela, pela morte. Naturalmente que se criou também a expectativa de um arrebatamento que driblaria a morte... Bem, Paulo o adiou infinitamente e todas as datações posteriores, idem, e será assim até que a Terra evapore-se no cosmo...

2. Não tenho vergonha nem medo de reconhecer essa Inimiga. Ela é parte da Vida, mas é minha inimiga. A única que reconheço. Caminho em direção a ela, dia após dia. Poderosa. Impávida. É a forma da própria vida - morrer aos pedaços do corpo, célula a célula, até o dia do aniquilamento total.

3. Ela, a morte, já está aqui, agora, devorando-me lentamente. E eu luto bravamente. Ela sabe que vencerá. Eu sei que perderei. Mas o nome da Vida é esse: teimosia, perseverança, bravura.

4. Mas, sobretudo, resignação.

5. A quem honra, honra.

6. E honrada seja essa miserável incontornável.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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