terça-feira, 23 de agosto de 2011

(2011/488) De uma História da Desleitura


1. Já vi histórias da leitura. Mas ler, e bem, é coisa rara. Talvez se devesse escrever - será que já há? - uma História da Desleitura... Talvez a História humana moderna seja bem isso: os desdobramentos infinitos de leituras sempre equivocads, tomadas, pelo establishment também equivocado, como "padrão" e norma "consensual"... Quando se acusa alguém de tal delito, ele pode, como Foucault em relação à sua leitura de Nietzsche, argumentar que pode torcer o sujeito até que ele grite, e que o mundo se dane...

2. Em Relação de Forças, Ginzburg denunciou o passado colaboracionista do francês de Mann como razão para seu discurso contra a história e a materialidade dos eventos. Será que se pode acusar as correntes cada vez mais pós-modernas de "leitura" de uma, como diria, capacidade colossal para a desleitura? Tratar-se-ia de uma piada, uma molecagem, que virou instituição?

3. Deus do céu - se, no futuro, transformar-me num "leitor" pós-moderno, o que farei com essas linhas? Torcerei o rapaz, até que ele grite...



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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