1. Eu lamento que não vá ver esses dias. Bem pelo menos desde a minha perspectiva positiva deles. Pode ser que seja o inferno, e, nesse caso, terei feito bem em ter morrido antes. Mas acho que serão dias melhores do que os de hoje. Os desafios são enormes - a ciência "dura" corre muito mais depressa do que a Filosofia, as Humanidades, de modo geral, e, dado que as Humanidades fogem - como o diabo da cruz! - da matéria, têm horror ao físico, ao hilético, e, hoje, escondem-se nas intersubjetividades, temo que as ciências ponham-nos, não por culpa apenas sua, mas do papel menor que fazem as Humanidades enciumadas, em palpos de aranha. A Filosofia hoje dedica-se a grasnar contra as ciências - quando devia entrar na arena, pôr-se lá, com voz firme, onde as coisas acontecem e acontecerão cada vez mais. Acabou, Filosofia, acabou, Teologia! Entramos na Era das ciências - não tem volta! Ou as senhoras aprendem a dialogar com elas, ou vão morrer como sacerdotes velhos e anacrônicos! Tornem-se relevantes, senhoras! Relevantes!
2. O futuro que nos espera demanda de nós faculdades inimagináveis - lucidez como nunca, coragem como sempre. A ciência dura não dá conta disso. É preciso que as Humanidades engajem-se no projeto. É preciso educar o Planeta, aproximar as pessoas dessas questões, antes que elas entrem na ordem do dia em meio a uma massa ignorante e disso feliz, encantada, apenas, com mídias efêmeras, programas alienantes, cultura, shows, pão e circo, religião... É bom cantar, sim, moçada, e se divertir, mas, enquanto isso, preparam o futuro na cara da gente, e a gente vai perdendo o bonde da história. Na hora h, vai nos restar ser contra o futuro!
3. Meu compromisso nesse momento é com meus futuros netos: prepará-los melhor do que eu mesmo e melhor do que meus filhos para esse mundo novo que vem. E vem - podem ter certeza de que vem. Vem, e já demora...
4. Com vocês, TED - Harvey Fineberg: neoevolução.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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