1. Assumindo todos os riscos pessoais decorrentes de uma aparência e uma atitude arrogante e presunçosa, o que afianço, está longe de ser o caso, considero de todo profundamente triste a atitude fundamentalista - seja ela qual for, de direita ou de esquerda.
2. Defino o que chamo, aqui, de "atitude fundamentalista" - aquela atitude que, a partir de uma base dogmática qualquer, acriticamente assumida, entrega-se cega e febrilmente ao sistema em cima disso construído seja por si, seja por terceiro(s).
3. A isso, os ambientes fundamentalistas chamam, lastimavelmente, de fé - com o que tornam ainda mais aparentemente poisitiva uma atitude de todo negativa e reprovável.
4. A rigor, o sujeito fundamentalista acima descrito torna-se um marionete nas mãos da IDÉIA FUNDAMENTAL, ou, a rigor, do SISTEMA construído sobre aquela IDÉIA. Na maioria das vezes, conquanto absolutamente despossuído de sua condição de maturidade humana, é sumamente inofensivo - é como uma rês no campo, a ruminar o mesmo capim de sempre - a cerca o contém adequadamente...
5. Tento desenvolver um olhar terno sobre o fundamentalista, um olhar de "pena", eu confesso, porque se trata de uma triste figura - um não-ainda-humano, se aplico ao humano a condição de auto-crítica, de maturidade, de consciência de si, do manejo das rotinas de razoabilidade mínimas, características que nossa espécie tornou disponíveis bastante recentemente - mas nem tão recentemente assim... Trata-se de uma espécie hospedeira - aliás, como todos nós! -, mas com a deficiência epistemológica de desconhecerem sua condição de hospedeiros de Idéias... Por "Deus", tomam as Idéias...
6. E nisso subjaz o risco potencial que têm, e meu "medo" em relação aos fundamentalistas. "Deus" os move. Isso é de todo arriscado para nós outros... Uma vez que sabemos, e, se não sabe, devia saber, que o "Deus" que move as pessoas é, por sua vez, movido dissimuladamente - mas nem tanto! - por pessoas, "bovinos" e pacíficos que são, os fundamentalistas tornam-se bólides bélicos vivos nas mãos da canalha de plantão. Às vezes, não se trata da canalha propriamente dita, mas de cegos a guiar cegos, homens hipnotizados pela desrazão da "fé". Mas falo particularmente dos canalhas mesmo...
7. Basta uma palavra de ordem, em nome de "Deus", e lá se vai o "boi", tão calmo fora até aqui, a descobrir a dinamite que carrega nas ventas, a arrebentar a cerca, a distribuir a "graça" e o "poder" divinos mundo afora - na carne e na pele da gente...
8. Há perdão para o fundamentalista - e, eventualmente, cura. Não deve haver é para o canalha que deles se aproveita. Fossem os nossos os dias dela, forca neles... Mas são dias políticos, em que as liberdades escondem muito detrito de maré baixa... e muita canalhice é tomada, Deus do céu!, até por espiritualidade, essa outra palavra que esconde muita lama de fossa...
2. Defino o que chamo, aqui, de "atitude fundamentalista" - aquela atitude que, a partir de uma base dogmática qualquer, acriticamente assumida, entrega-se cega e febrilmente ao sistema em cima disso construído seja por si, seja por terceiro(s).
3. A isso, os ambientes fundamentalistas chamam, lastimavelmente, de fé - com o que tornam ainda mais aparentemente poisitiva uma atitude de todo negativa e reprovável.
4. A rigor, o sujeito fundamentalista acima descrito torna-se um marionete nas mãos da IDÉIA FUNDAMENTAL, ou, a rigor, do SISTEMA construído sobre aquela IDÉIA. Na maioria das vezes, conquanto absolutamente despossuído de sua condição de maturidade humana, é sumamente inofensivo - é como uma rês no campo, a ruminar o mesmo capim de sempre - a cerca o contém adequadamente...
5. Tento desenvolver um olhar terno sobre o fundamentalista, um olhar de "pena", eu confesso, porque se trata de uma triste figura - um não-ainda-humano, se aplico ao humano a condição de auto-crítica, de maturidade, de consciência de si, do manejo das rotinas de razoabilidade mínimas, características que nossa espécie tornou disponíveis bastante recentemente - mas nem tão recentemente assim... Trata-se de uma espécie hospedeira - aliás, como todos nós! -, mas com a deficiência epistemológica de desconhecerem sua condição de hospedeiros de Idéias... Por "Deus", tomam as Idéias...
6. E nisso subjaz o risco potencial que têm, e meu "medo" em relação aos fundamentalistas. "Deus" os move. Isso é de todo arriscado para nós outros... Uma vez que sabemos, e, se não sabe, devia saber, que o "Deus" que move as pessoas é, por sua vez, movido dissimuladamente - mas nem tanto! - por pessoas, "bovinos" e pacíficos que são, os fundamentalistas tornam-se bólides bélicos vivos nas mãos da canalha de plantão. Às vezes, não se trata da canalha propriamente dita, mas de cegos a guiar cegos, homens hipnotizados pela desrazão da "fé". Mas falo particularmente dos canalhas mesmo...
7. Basta uma palavra de ordem, em nome de "Deus", e lá se vai o "boi", tão calmo fora até aqui, a descobrir a dinamite que carrega nas ventas, a arrebentar a cerca, a distribuir a "graça" e o "poder" divinos mundo afora - na carne e na pele da gente...
8. Há perdão para o fundamentalista - e, eventualmente, cura. Não deve haver é para o canalha que deles se aproveita. Fossem os nossos os dias dela, forca neles... Mas são dias políticos, em que as liberdades escondem muito detrito de maré baixa... e muita canalhice é tomada, Deus do céu!, até por espiritualidade, essa outra palavra que esconde muita lama de fossa...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário