1. Constantemente, estudantes me perguntam sobre que Biblias se devem comprar. Invariavelmente, minha resposta é: nenhuma Bíblia que você comprar é perfeita nem pode ser sua única leitura. Todas, sem exceção têm mais ou menos - problemas de tradução, algumas, por erro crasso, outras, por "ideologia". Há "grandes lançamentos" que não passam de caça-níqueis - a Bíblia enriquece a muitos, não se enganem... O ideal é que cada um aprenda as línguas originais e tenha algum critério para decidir por si mesmo. Naturalmente que é, na prática, impossível para o "crente" comum ter acesso às línguas originais. Em tese, qualquer um pode. Na prática, isso é mais difícil. Mas quem está interessado, de fato, na pergunta, tem de ouvir a resposta. E a resposta é: a melhor Bíblia é a que você mesmo pode traduzir.
2. Alternativamente, torne-se leitor de pelo menos três Bíblias ao mesmo tempo, conferindo entre elas a tradução do versículo que interessa à leitura. Se as três concordarem na tradução, há excelentes chances de ser essa uma boa tradução. Se discordarem, então você está diante de um problema de difícil solução, a menos que você possa, por si mesmo, tirar suas conclusões, com alguma base que não achômetro.
3. Nesse caso, sugiro as seguintes Bíblias:
a) evangélico-protestante, Almeida, Melhores Textos, da IBB - a história dessa versão ilustra bem o espírito reacionário que lamentavelmente ainda paira sobre as lideranças evangélicas de modo geral. A versão original dessa Bíblia trazia anotados os versículos que não constam dos originais gregos do Novo Testamento - como Lc 24,12, por exemplo. Houve uma gritaria "pastoral" - e a Bíblia foi "cassada". Ultimamente, faz-se de conta que ela voltou, mas basta que se comparem as notas de rodapé, e se descobrirá que houve uma "limpeza pastoral" nas informações. Em todos os sentidos, trata-se de um retrocesso, de um de-serviço. O leitor dê, pois, preferência aos sebos, e procure nos sebos as Bíblias originais da IBB, Melhores Textos em Grego e Hebraico. O nome técnico dela é: A Bíblia Sagrada - Velho Testamento e Novo Testamento. Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida, de acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego. Imprensa Bíblica Brasleira (IBB). As "de estudo", não me peçam que recomende nenhuma. O leitor fique à vontade para "investir" seu dinheiro. Eu particularmente, não recomendo Bíblias de estudo - comprem-se Bíblias "normais" e, junto, comentários exegéticos aos livros da Bíblia.
b) católicas e ecumênicas - a Bíblia Vozes me parece a melhor de todas: ainda que tenha, como todas, erros de tradução. Ao lado dela, recomendaria a Bíblia do Peregrino, da Paulus, a Bíblia de Jerusaém, também da Paulus, e a TEB (Tradução Eumênica da Bíblia), da Loyola.
2. Se você tiver a Almeida (Melhores Textos - IBB), a Bíblia Vozes e mais uma outra (BJ, TEB ou Peregrino), e adotar o hábito deler as três ao mesmo tempo, poderá ter alguma relativa "segurança", ou, pelo menos, manter acesa a luz da prudência. Leitor de uma Biblia só é um perigo - ele acaba achando que é "Palavra de Deus" o que não passa de tradução. E haja paciência para aturar o cabeça-dura, depois...
3. O caso mais agudo de delirium traditionis que conheço é o de um aluno do Mestrado em Teologia: ele, com a "Bíblia na Linguagem de Hoje", na mão, discutindo com o professor, com a Bíblia Hebraica na mão. O professor suava para tentar fazer com que o cabeça-dura entendesse que ele, o aluno, não tinha "a Palavra de Deus" na mão, mas uma paráfrase que, em alguns casos, afastava-se longamente do sentido dos "originais", conforme era o caso da discussão naquela aula... Não deu. O aluno confessou mais tarde que sua missão era "converter" os alunos do Mestrado. Aí, meu amigo, não tem Cristo que dê jeito...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Alternativamente, torne-se leitor de pelo menos três Bíblias ao mesmo tempo, conferindo entre elas a tradução do versículo que interessa à leitura. Se as três concordarem na tradução, há excelentes chances de ser essa uma boa tradução. Se discordarem, então você está diante de um problema de difícil solução, a menos que você possa, por si mesmo, tirar suas conclusões, com alguma base que não achômetro.
3. Nesse caso, sugiro as seguintes Bíblias:
a) evangélico-protestante, Almeida, Melhores Textos, da IBB - a história dessa versão ilustra bem o espírito reacionário que lamentavelmente ainda paira sobre as lideranças evangélicas de modo geral. A versão original dessa Bíblia trazia anotados os versículos que não constam dos originais gregos do Novo Testamento - como Lc 24,12, por exemplo. Houve uma gritaria "pastoral" - e a Bíblia foi "cassada". Ultimamente, faz-se de conta que ela voltou, mas basta que se comparem as notas de rodapé, e se descobrirá que houve uma "limpeza pastoral" nas informações. Em todos os sentidos, trata-se de um retrocesso, de um de-serviço. O leitor dê, pois, preferência aos sebos, e procure nos sebos as Bíblias originais da IBB, Melhores Textos em Grego e Hebraico. O nome técnico dela é: A Bíblia Sagrada - Velho Testamento e Novo Testamento. Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida, de acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego. Imprensa Bíblica Brasleira (IBB). As "de estudo", não me peçam que recomende nenhuma. O leitor fique à vontade para "investir" seu dinheiro. Eu particularmente, não recomendo Bíblias de estudo - comprem-se Bíblias "normais" e, junto, comentários exegéticos aos livros da Bíblia.
b) católicas e ecumênicas - a Bíblia Vozes me parece a melhor de todas: ainda que tenha, como todas, erros de tradução. Ao lado dela, recomendaria a Bíblia do Peregrino, da Paulus, a Bíblia de Jerusaém, também da Paulus, e a TEB (Tradução Eumênica da Bíblia), da Loyola.
2. Se você tiver a Almeida (Melhores Textos - IBB), a Bíblia Vozes e mais uma outra (BJ, TEB ou Peregrino), e adotar o hábito deler as três ao mesmo tempo, poderá ter alguma relativa "segurança", ou, pelo menos, manter acesa a luz da prudência. Leitor de uma Biblia só é um perigo - ele acaba achando que é "Palavra de Deus" o que não passa de tradução. E haja paciência para aturar o cabeça-dura, depois...
3. O caso mais agudo de delirium traditionis que conheço é o de um aluno do Mestrado em Teologia: ele, com a "Bíblia na Linguagem de Hoje", na mão, discutindo com o professor, com a Bíblia Hebraica na mão. O professor suava para tentar fazer com que o cabeça-dura entendesse que ele, o aluno, não tinha "a Palavra de Deus" na mão, mas uma paráfrase que, em alguns casos, afastava-se longamente do sentido dos "originais", conforme era o caso da discussão naquela aula... Não deu. O aluno confessou mais tarde que sua missão era "converter" os alunos do Mestrado. Aí, meu amigo, não tem Cristo que dê jeito...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
3 comentários:
A "Versão revisada de acordo com os melhores textos" foi a Bíblia que ganhei da minha avó no meu batismo, aos 11 anos de idade. Ela ficou chateada quando viu que a minha versão não era igual à dela (e era chato mesmo quando os pastores faziam a leitura responsiva - só eu lia diferente, rs). Mas o resultado foi que desde a pré-adolescência eu me acostumei a ler as palavrinhas tão temidas, "este versículo/esta passagem não se encontra nos manuscritos mais antigos". Demorou pra eu entender o significado real disso, mas a semente foi plantada ;-)
Vou começar a ler agora professor, mas pelo titulo já dá pra ver que sera muito exclarecedor.
Deixo aqui também um sugestão, que tal indicar alguns livros para o estudo da bíblia hebraico e o novo testamento.
Cristiano Gomes
Olá... Você teria informações sobre a Bíblia Sagrada do Pe. Antônio Pereira de Fiqueiredo? Conheço como sendo extremamente apreciada... !!!
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