
1. Quando leciono Hermenêutica, afirmo que o século XIX é o século da Hermenêutica (Schleiermacher e Dilthey, seguidos não muito de longe, mas já no XX, por Heidegger) e que isso se deveu, ao menos em parte, por conta no naufrágio do Dogma.
2. No século XVIII, e isso por conta de processos que se iniciaram com as invasões árabes, oitocentos anos antes (invasões árabes, Renascença, Reforma, Empirismo e Liberalismo ingleses, Revolução Francesa, Romantismo), o Dogma rui. Dada a emancipação da cultura em face da Igreja, a sociedade, de uma hora para outra, perde todos os seus fundamentos. O Estado deixa de se sustentar em Deus e, de uma hora para outra, funda-se sobre a sociedade (daí a relevância das Ciências Humanas). A Verdade deixa de fundar-se na Revelação - Teologia - e funda-se, agora, na consciência humana.
3. É preciso recomeçar tudo, quase que do zero. Daí o renascimento da Hermenêutica, e, logo, sua transformação radical. Onde quer que o Dogma sofra abalos, a Hermenêutica emerge. O que nos leva a considerar o fenômeno do encabrestamento da Hermenêutica - nos ambientes onde o Dogma permanece: é o caso dos ambientes evangélicos confessionais, de recorte, mas não exclusivamente, estadunidense, onde livros de Hermenêutica são como que o Caminho de Compostela, isto é, saem do mesmo lugar e levam - sempre - ao mesmo destino (as "experiências" ficam por sua conta...).
4. A Hermenêutica só é "real", só é de fato a herdeira do que foi no século XIX, quando, antes de tudo, seus manejadores romperam com os Dogmas - quaisquer que sejam. Uma vez que se encontram, por isso, "perdidos", e dado que não há como permanecerem assim, a Hermenêutica lhes serve como o "método" - para logo tornar-se mais do que isso - "mundo" e modus operandi - de uma vivência crítica e investigadora, consciente do fundamento humano quer das perguntas, quer das respostas.
5. Nesse sentido, vale a pena refletir sobre os efeitos da "pós-modernidade" sobre a Hermenêutica. E, talvez, mais do que isso, sobre as intenções da "pós-modernidade" em relação a ela.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. No século XVIII, e isso por conta de processos que se iniciaram com as invasões árabes, oitocentos anos antes (invasões árabes, Renascença, Reforma, Empirismo e Liberalismo ingleses, Revolução Francesa, Romantismo), o Dogma rui. Dada a emancipação da cultura em face da Igreja, a sociedade, de uma hora para outra, perde todos os seus fundamentos. O Estado deixa de se sustentar em Deus e, de uma hora para outra, funda-se sobre a sociedade (daí a relevância das Ciências Humanas). A Verdade deixa de fundar-se na Revelação - Teologia - e funda-se, agora, na consciência humana.
3. É preciso recomeçar tudo, quase que do zero. Daí o renascimento da Hermenêutica, e, logo, sua transformação radical. Onde quer que o Dogma sofra abalos, a Hermenêutica emerge. O que nos leva a considerar o fenômeno do encabrestamento da Hermenêutica - nos ambientes onde o Dogma permanece: é o caso dos ambientes evangélicos confessionais, de recorte, mas não exclusivamente, estadunidense, onde livros de Hermenêutica são como que o Caminho de Compostela, isto é, saem do mesmo lugar e levam - sempre - ao mesmo destino (as "experiências" ficam por sua conta...).
4. A Hermenêutica só é "real", só é de fato a herdeira do que foi no século XIX, quando, antes de tudo, seus manejadores romperam com os Dogmas - quaisquer que sejam. Uma vez que se encontram, por isso, "perdidos", e dado que não há como permanecerem assim, a Hermenêutica lhes serve como o "método" - para logo tornar-se mais do que isso - "mundo" e modus operandi - de uma vivência crítica e investigadora, consciente do fundamento humano quer das perguntas, quer das respostas.
5. Nesse sentido, vale a pena refletir sobre os efeitos da "pós-modernidade" sobre a Hermenêutica. E, talvez, mais do que isso, sobre as intenções da "pós-modernidade" em relação a ela.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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