domingo, 17 de janeiro de 2010

(2010/049) Das apropriações (indébitas?) do Nazismo


1. Sabe-se que pesa sobre a memória de Nietzsche o fornecimento, por assim dizer, de "inspirações" para o Nazismo, tais quais a filosofia da "vontade de poder", a imagem do "super-homem", uma indisfarçável filosofia de classe, que, mais ou menos bem "trabalhada", sustentaria razoavelmente bem a tese "racista". Fala-se que muito disso tem a ver com as ações da irmã de Nietzsche, após sua morte. Seja como for, nunca li nada de tão crítico quanto ao "espírito" alemão do que os próprios textos de Nietzsche. Nietzsche, que nasceu em 1844 e morreu em 1900.

2. Uma contemporânea sua, igualmente com grande influência na Alemanha, é a fundadora da "Teosofia", Helena Pretovna Blavatsky (1831-1891). Não vou falar dela aqui. Gostaria apenas de expor a imagem de seu "sinete" pessoal, seu "brasão". A imagem, quer-me parecer, é reveladora, e explicaria a origem da suástica alemã, e, particularmente, o fato de, no Nazismo, e, nesse caso, diferentemente da suástica original hindu, ser ela, invertida.



3. Basta uma passada no Google imagens para veririfcar-se que a suástica nazista é idêntica à do selo de Blavatsky. Se somarmos a isso o fato de que constaria investimento do Nazismo na busca do "Vril", a energia esotérica/hermética que deu origem à aventada Sociedade Vril, e que Blavatsky já descrevera - imageticamente e militarmente - o Vril em seu A Doutrina Secreta (na edição de 1992 da Pensamento, cf. 274), teríamos, aí, mais uma "apropriação" nazista.

4. Bem, quanto a mim observo tudo um tanto que de longe. O que há de comum nas apropriações nazistas de Nietzsche e de Blavatsky é que elas são... póstumas. Nem Nietzsche nem Blavatsky viviam, quando elas se deram. Por outro lado, Domenico Losurdo tem vagando pela Internet como seu um artigo em que descreve o que ele consideraria As Raízes Norte-americanas do Nazismo. Depois de lê-lo, parecerá bastante mais prosaica a prática racista nazista. Estes, engolfados em mitos antigos. Os racistas estadunidenses (entre eles muitos evangélicos), em apropriações imorais da própria Bíblia. Pergunto-me se há aí uma explicação para ter a "América" demorado tanto a entrar na Guerra...


OSVALDO LUIZ RIBEIRO

3 comentários:

Cristianismo Livre disse...

O pouquíssimo conhecimento, que mesmo no Brasil se tem, da "teologia liberal" e dos pensamentos alemães sobre teologia (digo no caso de Bultmann, Tillich e Bonhoeffer) parecem ser um diálogo (no intuito de ler e entender), não só como as características ocultistas que originam o nazismo e que permeavam a igreja confessante alemã, mas de igual modo uma tentativa de interpretar uma tradição ou tendencia religiosa cristã que argumentasse com consistência diante de leituras como a de Blavatsky?

Gostaria de saber se poderia indicar alguns livros para os que iniciam a caminhada pela leitura nos temas que originaram a própria sociedade vril e sua importância na cultura ariana.

Peroratio disse...

Experimente essas duas séries disponíveis no Youtube:

(1) Religião Nazi (1) - Ocultismo Nazista - Sociedade Secreta Thule - (Legendado) [http://www.youtube.com/watch?v=OH1jkhIQbL4&feature=related]

e (2) http://www.youtube.com/watch?v=t7ZxA4niVsA. É um começo. Depois, pensamos na literatura.

Osvaldo.

Robson Guerra disse...

Oi, pessoal

Há um interessante documentário da Discovery sobre a Sociedade Vril. Se eu não me engano, faz parte de uma série sobre sociedades secretas.

Segundo o documentário a Sociedade Vril baseou-se (veja só) num livro de ficção científica que tratava de uma raça subterrânea (uma coisa assim) que possuía o poder do Vril.

Fizeram apropriação indébita até de livro de ficção e tratando a história como se verdadeira!

Vale a pena procurar na Internet, talvez no YouTube.

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