1. Não há, no meu caso, como falar em Wagner e não lembrar de Nietzsche. Assim, depois de ter produzido o post anterior, peguei Ecce Homo, para recordar das marcações de minha última leitura de "O Caso Wagner - um problema musical".
2. Num parágrafo, Nietzsche reputa "à nação alemã" uma contradição de apetite, porque, nos seus termos, ela "traga a 'fé' como o espírito científico, 'o amor cristão' como o anti-semitismo, a 'vontade do domínio' (do 'império') como l'évangile des humbles, sem nenhuma perturbação de digestão". De fato... Interessante observar que Nietzsche já conhecia o anti-semitiso alemão, e isso, senhores, cinqüenta anos antes do diabo nazista...
3. Mais à frente, um parágrafo que me deixa pensando que, afinal, não estou tão decididamente caolho em face de uma percepção do retorno da "filosofia" - da hermenêutica - alemã às veredas da negação do "real", ou, de qualquer modo, ao desprezo platônico - ainda que dissimulado - ao real. Eis o parágrafo: "são eles (os alemães) responsáveis de todos os grandes delitos cometidos contra a cultura nestes quatro últimos séculos... E sempre pelo mesmo motivo: pela sua inata vilania diante da realidade, que é também aviltamento diante da verdade, devido à sua falta de sinceridade, que se tornou neles um institnto, por 'idealismo'...".
4. Finalmente, e como Nietzsche bate pesado!, uma declaração em face do cristianismo, especificamente: "Lutero, este acidente fradesco, restabeleceu a igreja e, o que é mil vezes pior, o cristianismo, precisamente no momento em que o mesmo sucumbia. O cristianismo, a negação da vontade de viver tornada religião... Lutero, um frade impossível, que, em conseqüência de sua 'impossibilidade', atacou a igreja e conseqüentemente a restabeleceu... Os católicos deveriam celebrar festas em honra de Lutero, compondo mesmo comédias para a sua exaltação".
5. Bem, cada um leia como desejar. Nietzsche diz que se trata de "dizer aos alemães uma porção de verdades cruas". E, já que se trata de um comentário ao seu O Caso Wagner, ele arremata: "quem poderia, pois duvidar que eu, sendo como sou um velho artilheiro, não esteja apto a disparar contra Wagner as baterias de maior calibre da minha artilharia. Tudo quanto há de decisivo neste assunto reservei-o para mim: eu estimei muito Wagner".
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Num parágrafo, Nietzsche reputa "à nação alemã" uma contradição de apetite, porque, nos seus termos, ela "traga a 'fé' como o espírito científico, 'o amor cristão' como o anti-semitismo, a 'vontade do domínio' (do 'império') como l'évangile des humbles, sem nenhuma perturbação de digestão". De fato... Interessante observar que Nietzsche já conhecia o anti-semitiso alemão, e isso, senhores, cinqüenta anos antes do diabo nazista...
3. Mais à frente, um parágrafo que me deixa pensando que, afinal, não estou tão decididamente caolho em face de uma percepção do retorno da "filosofia" - da hermenêutica - alemã às veredas da negação do "real", ou, de qualquer modo, ao desprezo platônico - ainda que dissimulado - ao real. Eis o parágrafo: "são eles (os alemães) responsáveis de todos os grandes delitos cometidos contra a cultura nestes quatro últimos séculos... E sempre pelo mesmo motivo: pela sua inata vilania diante da realidade, que é também aviltamento diante da verdade, devido à sua falta de sinceridade, que se tornou neles um institnto, por 'idealismo'...".
4. Finalmente, e como Nietzsche bate pesado!, uma declaração em face do cristianismo, especificamente: "Lutero, este acidente fradesco, restabeleceu a igreja e, o que é mil vezes pior, o cristianismo, precisamente no momento em que o mesmo sucumbia. O cristianismo, a negação da vontade de viver tornada religião... Lutero, um frade impossível, que, em conseqüência de sua 'impossibilidade', atacou a igreja e conseqüentemente a restabeleceu... Os católicos deveriam celebrar festas em honra de Lutero, compondo mesmo comédias para a sua exaltação".
5. Bem, cada um leia como desejar. Nietzsche diz que se trata de "dizer aos alemães uma porção de verdades cruas". E, já que se trata de um comentário ao seu O Caso Wagner, ele arremata: "quem poderia, pois duvidar que eu, sendo como sou um velho artilheiro, não esteja apto a disparar contra Wagner as baterias de maior calibre da minha artilharia. Tudo quanto há de decisivo neste assunto reservei-o para mim: eu estimei muito Wagner".
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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