1. Minha intenção "era" escrever um post simples - acho que meus posts são complicados demais para a maioria das pessoas - eu escrevo pressupondo que meus leitores sabem do que estou falando... Assim, "ia" escrever algo bem simples - mas, já no título, meti lá o "nó górdio"... Estraguei tudo, né?
2. Trocando em miúdos - por que, no Brasil, desde o final da década de 90, a Teologia entrou numa sinuca de bico, numa camisa de sete varas, em palpos de aranha, numa furada? Por que a Teologia está - definitivamente - acuada, contra a parede, tonta, quase em coma?
3. Explico. Na prática, a Teologia tem-se dito "estudo de Deus". Nas salas de aula mais sérias, corrige-se. Mas essa correção é apenas "para inglês ver". Na hora hagá, nos púlpitos, nas capelas, nos artigos - Teologia volta a ser o que sempre foi, desde a Grécia platônica: estudo de Deus...
4. E lá se ia a venerabilis ordo theologorum - ai, de novo! - desfilando sua "ciência de Deus", de cátedra em cátedra, de púlpito em púlpito, de livro em livro... A CAPES fez que não via. Como igrejas na República, a Teologia, na CAPES...
5. Aí, deu prurido... Já que estava na Pós-graduação há tantos anos, por que não também na Graduação? Pronto... um passo maior do que a perna, uma mordida maior do que a boca, um olho maior do que a cara.
6. É que, na Graduação, a Teologia deixa de ser "cristã". Na prática, até pode "continuar a sê-lo", porque ainda não se tratou seriamente da questão. Mas, se cristã é essa aqui, aquela ali é umbandista (SP), aquela outra, messiânica (SP), e aquela mais ali é kardecista (PR). Ou seja, Teologia, agora, é coisa "multi-religiosa" (que horror!).
7. Bem, não dá mais - só por teimosia e indiferença (o cristão ou é conquistador ou indiferente - é Narciso por excelência!) - pra dizer, agora, que Teologia é "o estudo de Deus". "Deus" é uma palavra para referir-se ao modo como o(s) cristianismos pensam seu Deus (ainda que eles achem que é o de todos, é, na verdade, o deles - e só). Umbandistas têm compreensões - fés - diferentes. Kardecistas, idem. Messiânicos, nem se fala... Logo, não é mais possível dizer que Teologia é o estudo de Deus...
8. Bem, teólogos cristãos ainda vão repetir isso por anos a fio, como repetem de Adão e Eva. Ainda há quem diga que Teologia é para quem tem fé cristã! Contudo, os teólogos sérios - ao menos os atentos! -, esses hão de refletir a partir da situação em que a Teologia está - plural e em processo acadêmico. O resultado é imprevisível.
9. Pode ser que uma canetada acabe tudo. Chauí o quer(ia?). Muitos "crentes" o querem. Se a Teologia sai do MEC, a "academia" fica feliz, os evangélicos, alguns, saltam rojões, e, coitada, a Telogia, volta a ser mito... Lástima... Volta a "estudar Deus"...
10. Vamos ver como acaba essa novela. Como não somos chamados para opinar (e olha que não somos exatamente "leigos desinteressados"), como as coisas são resolvidas nas altas esferas, onde rondam as panteras, as políticas, as onças pardas, as pressões, nem Deus - qual deles? - sabe como isso vai acabar.
11. Vou sentar aqui na varanda. Enquanto isso, toda oportunidade que eu tive para denunciar que o rei está peladinho da silva eu a usarei. Como agora. Para constrangimento de muitos - para vergonha de todos nós.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
2. Trocando em miúdos - por que, no Brasil, desde o final da década de 90, a Teologia entrou numa sinuca de bico, numa camisa de sete varas, em palpos de aranha, numa furada? Por que a Teologia está - definitivamente - acuada, contra a parede, tonta, quase em coma?
3. Explico. Na prática, a Teologia tem-se dito "estudo de Deus". Nas salas de aula mais sérias, corrige-se. Mas essa correção é apenas "para inglês ver". Na hora hagá, nos púlpitos, nas capelas, nos artigos - Teologia volta a ser o que sempre foi, desde a Grécia platônica: estudo de Deus...
4. E lá se ia a venerabilis ordo theologorum - ai, de novo! - desfilando sua "ciência de Deus", de cátedra em cátedra, de púlpito em púlpito, de livro em livro... A CAPES fez que não via. Como igrejas na República, a Teologia, na CAPES...
5. Aí, deu prurido... Já que estava na Pós-graduação há tantos anos, por que não também na Graduação? Pronto... um passo maior do que a perna, uma mordida maior do que a boca, um olho maior do que a cara.
6. É que, na Graduação, a Teologia deixa de ser "cristã". Na prática, até pode "continuar a sê-lo", porque ainda não se tratou seriamente da questão. Mas, se cristã é essa aqui, aquela ali é umbandista (SP), aquela outra, messiânica (SP), e aquela mais ali é kardecista (PR). Ou seja, Teologia, agora, é coisa "multi-religiosa" (que horror!).
7. Bem, não dá mais - só por teimosia e indiferença (o cristão ou é conquistador ou indiferente - é Narciso por excelência!) - pra dizer, agora, que Teologia é "o estudo de Deus". "Deus" é uma palavra para referir-se ao modo como o(s) cristianismos pensam seu Deus (ainda que eles achem que é o de todos, é, na verdade, o deles - e só). Umbandistas têm compreensões - fés - diferentes. Kardecistas, idem. Messiânicos, nem se fala... Logo, não é mais possível dizer que Teologia é o estudo de Deus...
8. Bem, teólogos cristãos ainda vão repetir isso por anos a fio, como repetem de Adão e Eva. Ainda há quem diga que Teologia é para quem tem fé cristã! Contudo, os teólogos sérios - ao menos os atentos! -, esses hão de refletir a partir da situação em que a Teologia está - plural e em processo acadêmico. O resultado é imprevisível.
9. Pode ser que uma canetada acabe tudo. Chauí o quer(ia?). Muitos "crentes" o querem. Se a Teologia sai do MEC, a "academia" fica feliz, os evangélicos, alguns, saltam rojões, e, coitada, a Telogia, volta a ser mito... Lástima... Volta a "estudar Deus"...
10. Vamos ver como acaba essa novela. Como não somos chamados para opinar (e olha que não somos exatamente "leigos desinteressados"), como as coisas são resolvidas nas altas esferas, onde rondam as panteras, as políticas, as onças pardas, as pressões, nem Deus - qual deles? - sabe como isso vai acabar.
11. Vou sentar aqui na varanda. Enquanto isso, toda oportunidade que eu tive para denunciar que o rei está peladinho da silva eu a usarei. Como agora. Para constrangimento de muitos - para vergonha de todos nós.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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