1. Em setembro de 2004, meus filhos inistiram com a mãe pra freqüentarem uma LAN HOUSE do bairro, porque não tínhamos banda-larga. Bel, zelosa leoa, deixou - desde que o pai - euzinho aqui - fosse junto. Era o início de meu doutorado, mas eu faria o "sacrifício". Fiz.2. Eles foram com o objetivo de jogar jogos on-line. Eu, meramente para acompanhá-los. Como não tinha nada para fazer ali, "brincava" com eles. Um belo dia, descobriram Ragnarok. Ragnarok é um MMORPG, um jogo on-line em que várias pessoas podem jogar ao mesmo tempo, "evoluindo" (= upando) seus personagens (= chars). Israel escolheu jogar com um "gatuno", Jordão, com um "arqueiro", e eu, com uma "monja".
3. Era apenas brincadeira. Mas o jogo foi ficando sério. Logo, estávamos fortes. Minha monja, Klarah, estava entre as de "level" mais alto. Havia, então, um "corrida" para ver quem seria o primeiro personagem dentre cada categoria a chegar ao "level" mais alto - então, lvl 99, e, assim, ganhar um "aura". Fiz as contas. Eu tinha chances. Bastava matar umas 60.000 focas...
4. Desse momento em diante, dediquei-me muito ao jogo. E ganhei. Fui o primeiro jogador do Brasil a pôr uma monja no lvl 99 - Klarah. Ganhei prêmio - no jogo - e uma "sala de troféu", no site da empresa responsável pelo Ragnarok no Brasil. Com direito a entrevista e tudo, que se pode ler aqui.
5. Hoje, Klarah esta, hum, digamos, descansando... O doutorado ficou muito sério, e não dava mais para jogar como precisava. Klarah entendeu.
6. Foram dias muito alegres, entre pai e filhos. No dia em que eu alcancei a aura 99 (tive de "virar" três dias e noites praticamente direto - e ganhei por umas cinco horas do segundo colocado), Bel e os meninos pediram-me que os acordasse, porque alcançaria o lvl de madrugada. Acordei-os e, em torno do PC, assistiram ao momento mágico de o marido/pai, aos 40 anos, ganhar da molecada... Klarah era a primeira monja do Brasil a chegar ao topo da carreira: monja lvl 99.
7. Valeu a pena.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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