Pós-modernos podem ler esse post, sem se aborrecer. Poderão até me zoar. Mas os outros, só leiam se forem crescidos. Se forem ainda infantilizados - e, em tese, religiosos convictos o são - é melhor ir ler outra coisa.
Pois bem: considerando que fake news é um nome do tipo modinha para a velha e crassa mentira, não há religião, nem religioso, que viva sem fake news. Todas. Todos. Nascem com fake news e se mantêm com fake news. Por isso é fácil enredar religiosos - evangélicos e católicos - em redes bolsonarianas de fake news: é leitinho morno para eles. Certo que as eleições se decidiram em golpe, e eu não estou dizendo aqui que as fake news ganharam as eleições. O que estou dizendo é que quem gosta de fake news e se alimenta delas é basicamente um ser religioso.
O religioso quer crer. Ele deseja. E quer e deseja crer aquilo que lhe interessa. Não importa se faz sentido, se tem lógica, se tem pé e cabeça, o religioso vai crer. É sua essência. É o que o define. Sem isso, religião não dura uma semana. E, no entanto, dura 100.000 anos, talvez já. Entra ano sai ano, moderniza-se a cultura, a cabeça do religioso permanece exatamente a mesma... E será a mesma daqui a dez mil anos...
Fui religioso. Evangélico. Quando fui fazer teologia, a crise de fé me levou a questionar as fake news que eram a essência e a sustentação do sistema inteiro. Mas podia ser mentira só o que a minha religião me ensinava. Então, fui atrás de outras. Numa das que busquei caminho por quatro anos, enquanto ainda estava naquela de senta levanta nos bancos da igreja, desisti quando me deram pra ler textos que diziam que as verdades que eu estava aprendendo eram ensinadas por seres espirituais do outro plano. Morreu ali a caminhada: outra mentira. Aí, fui tentar Teosofia. Li Ísis sem véu. A teósofa está em batalha tanto contra a teologia como contra a ciência, mas empolga. Lá vou eu lendo e me deliciando, até que pelas tantas, leio que os espíritos revelam as verdades de Ísis sem véu... Fim.
Perdi a capacidade de seguir uma religião. Não posso ouvir uma coisa desse tipo - fake news metafísica, sobrenatural, fantasmagórica - e fingir que aceito e acredito. Não dá. Eu olho e imediatamente tenho vontade de sair correndo, porque considero que é realmente humilhante uma pessoa dar crédito a essas patacoadas. No seu estado de infantilização, compreende-se. Mas homens e mulheres adultos, como concluiu Bonhoeffer, só podem praticar um cristianismo não religioso. Adultos que gostam de mentira são os seguidores do Bolsonaro. Os outros, são saudáveis...
Fui religioso. Evangélico. Quando fui fazer teologia, a crise de fé me levou a questionar as fake news que eram a essência e a sustentação do sistema inteiro. Mas podia ser mentira só o que a minha religião me ensinava. Então, fui atrás de outras. Numa das que busquei caminho por quatro anos, enquanto ainda estava naquela de senta levanta nos bancos da igreja, desisti quando me deram pra ler textos que diziam que as verdades que eu estava aprendendo eram ensinadas por seres espirituais do outro plano. Morreu ali a caminhada: outra mentira. Aí, fui tentar Teosofia. Li Ísis sem véu. A teósofa está em batalha tanto contra a teologia como contra a ciência, mas empolga. Lá vou eu lendo e me deliciando, até que pelas tantas, leio que os espíritos revelam as verdades de Ísis sem véu... Fim.
Perdi a capacidade de seguir uma religião. Não posso ouvir uma coisa desse tipo - fake news metafísica, sobrenatural, fantasmagórica - e fingir que aceito e acredito. Não dá. Eu olho e imediatamente tenho vontade de sair correndo, porque considero que é realmente humilhante uma pessoa dar crédito a essas patacoadas. No seu estado de infantilização, compreende-se. Mas homens e mulheres adultos, como concluiu Bonhoeffer, só podem praticar um cristianismo não religioso. Adultos que gostam de mentira são os seguidores do Bolsonaro. Os outros, são saudáveis...
É por isso que nazismo e fascismo foram movimentos político-sociais intimamente relacionados à religião: gado. Provavelmente dá-se a mesma coisa com o capitalismo, ao qual, todavia, se deve acrescentar o cinismo do bom mocismo, que falta nos anteriores. Massas delirando de desejo por acreditar. No quê? Não faz diferença: crer é o delírio. Terra plana, por exemplo...
O quê? Você conhece religiosos que não gostam de mentira? Bem, talvez haja exceções. Ou talvez não sejam mais realmente religiosos, e estejam apenas fazendo jogo. Há mais de uma razão para alguém para entrar em um templo... O que também não deixa de ser uma mentira...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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