A unonose é uma doença bastante tolerante: ela tolera judeus, ela tolera cristãos e ela tolera muçulmanos. Quando afeta politeístas, em uma levantada de mão no culto a pessoa já é totalmente tomada. Ela afeta de tal modo o sistema nervoso central que o infectado passa a considerar que a noção mitológico-metafísica do UNO é a expressão indiscutível do sentido profundo do Universo... Ela é tão sorrateira que o sujeito pode até deixar a mitologia doutrinária da fé que abraçava, e, julgando-se livre dos mitos, não se dar conta de que o mito dos mitos ainda opera silenciosamente em cada neurônio... O principal sintoma da unonose é a imediata expressão singular do tipo "sagrado", "Deus", chegando mesmo aos casos mais agudos de desenvolvimento de teorias inexoráveis do Uno no campo da Filosofia da Religião. Mas esses já são casos terminais.
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OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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