sábado, 12 de março de 2016

(2016/066) Fragmentos facebookianos

I.

Missões é aquele procedimento político-religioso de, em determinadas circunstâncias, bater à porta, mas, em outras, meter o pé mesmo...



II.

Não tem uma CPA para avaliar pastorados. Mas, se tivesse, o único item de avaliação seria o seguinte: trabalhou para a autonomização das pessoas? O índice de reprovação seria de mais de 95%...



III.

Se eu amasse suficientemente gente, eu até talvez fosse pastor, e se eu tivesse suficiente coragem e desprendimento, talvez eu fosse um político profissional. Como eu não amo suficientemente gente e como não tenho a coragem e o desprendimento para a batalha partidária, vou ficando aqui em minha cadeira mesmo...



IV.

Se as mulheres dissessem: não vamos mais a nenhuma igreja que não nos aceite como pastoras ou mamas (feminino de padre :o) ), em uma semana todas as igrejas as aceitavam no clero. Mas algumas se conformam, outras se vendem, outras têm nojo e outras ainda estão nem aí... Os homens não são fortes: as mulheres é que não se juntam...

https://www.facebook.com/osvaldo.l.ribeiro/posts/980873735326530


V.

Engraçado como é a lógica do clero: no mundo católico, sexo é só para procriação, o que não explica a pedofilia que corre solta, e, no mundo evangélico-protestante, homossexualidade é aberração-antinatural, mas os pastores adoram um traseiro... Um dia vou tentar pesquisar quando foi que a coisa toda se tornou uma ode à hipocrisia institucional...


VI.

Os contos de fadas com princesas e finais felizes eram assim, porque antes do século XIX não havia sequer a ideia de alguém do povo ser feliz... Felicidade era um atributo da nobreza. Ao povo, cabia trabalhar e pronto... Os tempos mudaram, mas os contos de fada, não...



VII.

Paulo podia ter teorizado pela primeira vez a luta de classes. Mas como era um homem dado a delírios, eventualmente até um esquizofrênico, achava que as duas classes que estavam em luta eram as hostes dos homens da terra e as hostes dos espíritos dos ares... Foi preciso passar dois mil anos até que alguém mais lúcido trouxesse as duas classes para o chão firme...

https://www.facebook.com/osvaldo.l.ribeiro/posts/982878195126084


VIII.

Muita gente gosta do que eu escrevo. Mas quando eu digo isso que vou dizer, é como a cabeça da tartaruga, que encosta em um prego, e se recolhe por três dias no casco-casa: ninguém está realmente livre antes de libertar-se existencialmente da hipnose do "UNO" platônico-cristão... Quando a pessoa menos espera, o vírus "MONO" controla as palavras, a razão, a retórica, a língua, o corpo inteiro...
É preciso exorcizar essa possessão filosófica...



IX.

O que une a maioria dos políticos e a maioria dos pastores é que jogam com a ignorância do povo: eles a produzem, eles a mantêm e eles a instrumentalizam em benefício de si mesmos.










OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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