Eu compreendo a estratégia de se querer prender um texto dentro de si mesmo - evita-se o desconforto "científico" de se ter de ir para o lodo da História atrás da chave que dá sentido ao que se escreveu lá e então.
Prendendo um texto sobre a mesa e dentro de uma jaula semiótica, encapsulando o texto dentro de suas quatro linhas, evita-se o esforço de levá-lo até onde ele foi produzido e fincá-lo no eixo semântico-teleológico com que foi parido...
Mas não me convence. Sem esse eixo (no qual, pode lutar contra isso, mas não pode demover esse fato!, o texto nasceu), o sentido se rompe e o texto ganha uma multiplicidade de novos sentidos...
... desde que seja fincado em outro eixo. E qual é, sempre, se não é o do autor, o eixo em que esse texto retirado de seu eixo original encaixa-se agora? Podem inventar as regras que forem: o eixo será, sempre, o do leitor. Sempre. O intérprete vai negar, vai dizer que usa quadrados, losangos, cubos, dodecaedros, todos os sólidos geométricos, mas não passará de retórica: é no seu eixo, seu, do intérprete, que o texto agora gira e do qual estrai a chave com que será lido e interpretado.
Pode?
Pode.
Só não me interessa.
O que me interessa é apenas e tão somente aquele eixo no qual o texto foi produzido e no qual ele encontra o sentido com que quem o escreveu quis ser lido.
Só e mais nada...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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