Quando casei, eu tinha uma úlcera no pé - tive de cortar a parte de trás do sapato velho (e põe velho nisso, lembra, Izabel Ribeiro?), para poder andar...
Quando casei, não tínhamos dinheiro para as flores - aproveitaram-se as flores da cerimônia anterior...
Quando casei, não tinha dinheiro para o álbum. Um familiar apresentou-se para tirar as fotos, queimaram quase todas e as que salvaram, bem, só com muito amor para dizer que ficaram boas...
Quando casei, não pudemos ver Bel entrando com a canção que ela queria. Forçaram-nos ao que decidiram os que decidiram (no fundo, quando se é pobre, fazem com você o que não fariam, se você tivesse um Infinity FX35...).
Quando casei, não tínhamos casa. Móveis, só 3 (fogão, geladeira e colchão).
Quem nos olhasse, houvesse apostas a fazer, casaria 100 contra um de que ali ia um casamento frustrado e derrotado já na saída...
Mas Izabel tinha por mim o que bastava, e eu tinha por ela o que bastava. Somamos o amor dela e o meu e parece que criamos uma cola que vamos patentear.
Não, não venderemos.
Distribuiremos nas calçadas aos pedintes de amor e afeto...
Quando abrirem a fórmula, descobrirão que o que está escrito não é nenhum segredo, e que a mágica está com cada um: desejar todos os dias mais um, desejar todos os dias mais um com ela e desejar que não deixe nunca de desejar.
Na alegria e na tristeza.
Na saúde e na doença.
No pecado e no perdão.
Essas palavras não podem ser pronunciadas em vão.
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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