domingo, 1 de junho de 2014

(2014/563) A fórmula secreta é: não há fórmulas secretas

Quando casei, eu tinha uma úlcera no pé - tive de cortar a parte de trás do sapato velho (e põe velho nisso, lembra, Izabel Ribeiro?), para poder andar...

Quando casei, não tínhamos dinheiro para as flores - aproveitaram-se as flores da cerimônia anterior...

Quando casei, não tinha dinheiro para o álbum. Um familiar apresentou-se para tirar as fotos, queimaram quase todas e as que salvaram, bem, só com muito amor para dizer que ficaram boas...

Quando casei, não pudemos ver Bel entrando com a canção que ela queria. Forçaram-nos ao que decidiram os que decidiram (no fundo, quando se é pobre, fazem com você o que não fariam, se você tivesse um Infinity FX35...).

Quando casei, não tínhamos casa. Móveis, só 3 (fogão, geladeira e colchão).

Quem nos olhasse, houvesse apostas a fazer, casaria 100 contra um de que ali ia um casamento frustrado e derrotado já na saída...

Mas Izabel tinha por mim o que bastava, e eu tinha por ela o que bastava. Somamos o amor dela e o meu e parece que criamos uma cola que vamos patentear.

Não, não venderemos.

Distribuiremos nas calçadas aos pedintes de amor e afeto...

Quando abrirem a fórmula, descobrirão que o que está escrito não é nenhum segredo, e que a mágica está com cada um: desejar todos os dias mais um, desejar todos os dias mais um com ela e desejar que não deixe nunca de desejar.

Na alegria e na tristeza.

Na saúde e na doença.

No pecado e no perdão.

Essas palavras não podem ser pronunciadas em vão.



OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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