terça-feira, 15 de abril de 2014

(2014/205) Prova coletiva, defesa retórica de alternativa e resposta errada - porque a "verdade" não é democrática


Em algumas disciplinas, eu já disse isso aqui, aplico prova "de turma" - uma prova relativamente grande, para a turma inteira responder, em conjunto. Geralmente, precisam de duas aulas.

Em determinada disciplina, a turma entregou-me a prova, corrigi e havia quatro, de dez, questões erradas. Devolvi e lhes dei a chance de corrigirem. Entreguei a prova e saí da sala...

Ao meu lado, seguiu um aluno... Sorrindo amarelo, ele me disse que estava saindo de fininho para não apanhar, porque, quando a turma estava reunida para a realização da prova, empregando toda a sua retórica, e mesmo contra a opinião de alguns colegas, ele levou a turma a responder uma das alternativas. Erraram a questão...

Fiquei pensando o quanto isso é revelador: democracia em heurística não vale absolutamente nada. Todos que responderem a uma determinada questão podem estar - todos - errados.

Eu disse para ele que a culpa não era dele. Se ninguém da turma teve convicção suficiente para contestá-lo, então todos erraram, e não ele - e, se alguém ficasse aborrecido pelo que houve, não era homem (ou mulher) suficiente para arcar com a própria responsabilidade...

É, mas votamos e deu 90% a meu favor...

Nesse caso, então - o sistema que eu criei forçou algumas pessoas que não responderiam a alternativa por ele defendida a responderem? Mas eles não poderiam ter brigado pela sua posição? Não poderiam, inclusive, registrar seu protesto "em ata"?

O fato é que erraram. Todos e todas. Não ele, apenas: todos.

E a heurística, mais uma vez, deixa atrás de si a discussão infantil de "verdades discursivas"!...









OSVALDO LUIZ RIBEIRO

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